Suzane von Richthofen vai receber um salário-mínimo para trabalhar em escritório, diz advogado
Condenada a 39 anos por matar os pais, ela ganhou o direito de cumprir pena no semiaberto
São Paulo|Márcia Francês, do R7
O advogado de Suzane von Richthofen, Denivaldo Barni, confirmou que ela vai trabalhar no escritório de advocacia dele, na Vila Mariana, zona sul da capital paulista. Condenada a 39 anos de prisão por matar os pais em 2002, ela conseguiu direito ao regime semiaberto no dia 11 de agosto. Segundo Barni, Suzane, hoje com 30 anos, vai trabalhar como auxiliar de escritório e ganhar um salário-mínimo por mês.
— Ela perdeu tudo, herança, está tudo com o irmão. Vai começar a vida.
De acordo com o defensor, "ela vai cuidar de documentação, de arquivo, de material do escritório, digitação". Os advogados de Suzane tentaram várias vezes a progressão da pena para a cliente, mas o pedido sempre foi negado pela Justiça. O ex-namorado dela, Daniel Cravinhos, e o irmão dele, Christian Cravinhos, que também participaram do crime, conseguiram o benefício em fevereiro do ano passado.
Ao todo, Suzane já cumpriu quase 12 anos da pena, ou seja, mais do que o um sexto necessário para a progressão de regime. Questionada, a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) informou que ainda não há data para a transferência dela da Penitenciária Feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier, a P2 feminina de Tremembé, no interior paulista, para outro presídio na capital, onde cumprirá o semiaberto.
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A progressão de regime foi concedida à Suzane pela juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da Vara de Execuções Criminais de Taubaté. A juíza justificou a decisão a partir de uma série de pareceres favoráveis à ré, como, por exemplo, o bom compartametno no sistema prisional. Denivaldo Barni disse que Suzane ficou feliz com a decisão da Justiça.
— Foi cumprida a lei.
Além de trabalhar fora durante o dia e voltar para a cadeia durante à noite, Suzane também poderá se beneficiar das saídas temporárias nos feriados de Páscoa, Dia das Mães, Dias dos Pais, Dia das Crianças e Natal.
O crime
Manfred e Marísia von Richthofen dormiam quando Suzane, Daniel e Cristian entraram na garagem da casa no carro da jovem. A polícia conta que Suzane foi até o quarto dos pais para conferir se eles estavam dormindo.
Na sequência, Daniel e Cristian entraram em ação. Daniel se aproximou de Manfred. Cristian, de Marísia. O casal foi golpeado várias vezes na cabeça com barras de ferro. Os irmãos Cravinhos ainda usaram toalhas molhadas e sacos plásticos para sufocar os pais de Suzane.
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Enquanto os pais era assassinados, ela esperou no andar de baixo da casa. A jovem revirou o escritório para simular um assalto. Antes de ir embora, o trio embolsou 5.000 dólares e R$ 8.000 guardados por Manfred.
Depois da morte dos pais, Suzane foi com Daniel para um motel. Às 3h, ela deixou o namorado em casa e foi buscar o irmão Andreas em uma lan house. Ela e o irmão caçula voltaram à mansão. Ao encontrarem os pais mortos, Suzane chamou a polícia.
Na madrugada de 22 de julho de 2006, o Tribunal do Júri condenou Suzane e os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos à prisão pelo assassinato do casal. O trio foi condenado por duplo homicídio triplamente qualificado.
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