Taxistas de ao menos seis capitais protestaram, nesta quarta-feira (8), contra serviços de carros particulares que fazem transporte de passageiros em cidades brasileiras. O grupo pede também o fim de aplicativos como o Uber, que oferece esse tipo de serviço. De acordo com os taxistas, esses carros não operam de forma regulamentada e prejudicam a atuação dos motoristas credenciados junto à prefeitura.
O presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo, Natalício Bezerra, informou ao R7 que o grupo participou do ato previsto para começar às 10h desta quarta-feira, e enfatizou que o protesto é “contra todos os carros particulares que estão operando”.
— Isso é um absurdo, o taxista precisa apresentar uma série de documentos para exercer a profissão aí vem alguém, se instala aqui, ninguém sabe quem ele é e vem transportar as famílias de São Paulo?
Na capital paulista, os taxistas se reuniram na praça Charles Miller, no Pacaembu, zona oeste. O grupo saiu em carreata até a Câmara Municipal, no centro da cidade. O objetivo era conversar com vereadores sobre a situação da categoria.
Táxi ou Uber? Confira vantagens e desvantagens
Na mira dos taxistas, Uber se defende: "Sistema de transporte prestou um serviço ruim por décadas"
Além de São Paulo, taxistas de Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Brasília e Rio de Janeiro também aderiram ao protesto de hoje.
Irregularidades
O MPF (Ministério Público Federal) abriu um procedimento preparatório para averiguar se as denúncias dos taxistas de São Paulo sobre a irregularidade do serviço e do aplicativo Uber têm fundamento. De acordo com o MPF, ainda não há investigação em andamento nem definições do órgão sobre o assunto.
Em nota, a Uber declarou que “acredita que os brasileiros devem ter assegurado seu direito de escolha para se movimentar pelas cidades. A Uber ressalta ainda que não é uma empresa de táxi, muito menos fornece este tipo de serviço, mas sim uma empresa de tecnologia que criou uma plataforma tecnológica que conecta motoristas parceiros particulares a usuários que buscam viagens seguras e eficientes, em mais de 300 cidades de 56 países”.
Leia mais notícias de São Paulo
O DTP (Departamento de Transportes Públicos) da SMT (Secretaria Municipal de Transportes) informou, em nota, que "os aplicativos utilizados pelos taxistas até agora exercem uma função de comunicação entre o taxista legalizado e o usuário. O Uber é um aplicativo completamente diferente, pois se apresenta como incentivo ao uso de veículo particular para exercer atividade econômica de transporte individual de passageiros remunerado, cobrando valores por ele definido, o que caracteriza um serviço clandestino de táxi, sem a autorização da Prefeitura de São Paulo".
Ainda segundo a nota, o DTP realiza operações para coibir o transporte irregular de passageiros por veículos clandestinos na cidade. Em 2015, nos meses de janeiro e fevereiro, foram fiscalizados 26.670 veículos, dos quais 24.065 eram táxis. Foram apreendidos 112 veículos clandestinos — 69 eram táxis. Até o dia 7 de abril, foram apreendidos 17 veículos que faziam uso do aplicativo Uber.
O protesto realizado em São Paulo terminou por volta das 14h na Câmara Municipal. De acordo com o presidente do sindicato, os vereadores se encarregaram de conversar com o prefeito Fernando Haddad (PT) para que ele dê uma satisfação aos taxistas. Uma reunião será marcada para daqui a dez dias com representantes da organização e da prefeitura.