"Vamos condenar esse cara", diz assistente da promotoria do caso Bianca Consoli
Cristiano Medina vê defesa de Sandro Dota "perdida" no segundo dia de julgamento
São Paulo|Thiago de Araújo, do R7
O promotor Nelson dos Santos Pereira Júnior e o seu assistente, Cristiano Medina, estão confiantes de que o motoboy Sandro Dota, acusado de matar a universitária Bianca Consoli em setembro de 2011, será condenado. Uma mostra disso foi dada na parte final do segundo dia de julgamento, na noite desta quarta-feira (24), no Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste de São Paulo.
Em rápido contato com a reportagem do R7, Medina disse que o fim dos depoimentos das dez testemunhas que faltavam ao longo de todo o dia – com a dispensa de algumas delas, como Antônio Lucileudo Silva Pontes, padrasto da Bianca, e Marina Antônia Consoli, avó materna da jovem, mostravam uma defesa "em apuros".
— Nós aceitamos dispensar o padrasto em razão de já termos dois depoimentos de familiares (a mãe de Bianca, Marta, e a irmã dela, Daiana, já tinham testemunhado), então não vimos a necessidade de manter o depoimento do senhor Antônio. A defesa dispensou a avô da Bianca, é uma amostra do quão em apuros e perdidos eles estão.
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Momentos antes, o assistente de acusação deu a sua opinião e destacou categoricamente que Dota será condenado. O réu responde por homicídio triplamente qualificado (meio cruel, motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima) e por estupro.
— Vamos condenar esse cara!
Medina por diversas vezes bateu boca de maneira mais intensa com o advogado de defesa, Ricardo Martins. Os ânimos estavam muito exaltados, tanto que durante o depoimento de Daiana Consoli, na tarde desta quarta, por pelo menos três vezes os dois subiram o tom de voz. O assistente da promotoria chegou a comparar as atitudes de Martins aos tempos da Ditadura.
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— Ele (advogado de defesa) está coagindo a testemunha, Excelência! Não estamos mais no regime militar estamos em um estado de direito, perante uma juíza!
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Pouco depois das 21 h, Sandro Dota deveria iniciar o seu depoimento no plenário, mas alegou estar passando mal (disse estar com "pressão baixa"), razão essa que fez a juíza Fernanda Afonso de Almeida, da 4ª Vara do Júri, suspender os trabalhos do segundo dia de julgamento, que será retomado às 10 h desta quinta-feira (25).
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Além do depoimento do réu, o julgamento entrará na fase de debates, entre acusação e defesa, antes da decisão final dos sete jurados, a qual deve sair até o fim da semana.