Vigia diz que viu Gil Rugai saindo da casa do pai e da madrasta na noite do crime

Principal testemunha de acusação contra Gil Rugai, o vigia Domingos Ramos de Oliveira disse que viu o ex-seminarista sair da casa de seu pai, Luis Carlos Rugai, e da mulher dele, Alessandra de Fátima Troitino, após os disparos na noite do crime. A declaração foi dada durante o julgamento, que acontece desde o começo desta tarde de segunda-feira (18), no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. Ele foi ouvido das 13h20 até as 15h50.

— Sempre reconheci ele [Gil Rugai] como uma das duas pessoas que saíram de lá. A outra pessoa não sei reconhecer. 

Porém, segundo Domingos, seu relato sobre o que viu na noite do crime só foi dado sem seu terceiro depoimento à polícia. 

— Pensei na minha família e nos meus quatro filhos pequenos. Por isso, eu neguei no começo. Nunca me senti pressionado a dizer nada. Só me arrependi um pouco, depois que falei, pela minha família, porque eles sofreram. 

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Em suas declarações durante o júri, o vigia reafirmou diversas vezes de que não há duvidas de ter visto o Gil Rugai no dia do crime e também afirmou categoricamente que nunca foi intimidado a dizer que viu o ex-seminarista.

Ameaças

Protegido pela Justiça durante vários anos, Oliveira disse que começou a ser ameaçado logo após ter declarado à polícia que viu Gil Rugai na noite do crime. Ele chegou a morar inclusive em outra cidade. 

— Antes disso [de dizer à polícia], não havia sido ameaçado. 

Ele ainda apontou que essas ameaças começaram após uma reportagem de TV descobrir onde ele morava. Na época, contou, sua mulher “ficou um tempo nervosa”, já que muitas pessoas a procuravam. Sobre os momentos difíceis, Domingos ainda afirmou que certa vez escreveram perto da guarita onde ele trabalhava “vai morrer, vai morrer, Datena”. O nome da apresentador da Band era o apelido do vigia.

Embate entre defesa e acusação

Logo após a promotoria fazer perguntas, o vigia foi questionado pelo advogado de defesa Marcelo Feller, defensor de Gil Rugai. Durante as questões, o advogado começou a usar termos difíceis e o e juiz teve que intervir diversas vezes. 

Momentos depois, o promotor de justiça Rogério Leão Zagallo chegou a dizer que a forma com que o advogado conduzia as questões estava “ridicularizando e até mesmo ameaçando” a testemunha. 

A defesa apresentou uma projeção com o mapa e fotos do local do crime para questionar a localização exata e em que situação domingos teria visto Gil Rugai.

Assista ao vídeo:

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