O nível de água armazenada nos reservatórios do Sistema Cantareira caiu de 25,8% para 25,7% nesta sexta-feira (23), segundo informações da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Os mananciais Alto Tietê e Guarapiranga operam com 31,5% e 73,1% de suas capacidades, respectivamente.
As chuvas que caíram em todo o estado de São Paulo nesta sexta-feira também atingiram a região dos reservatórios do Sistema Cantareira, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências). Entretanto, o meteorologista do CGE, Adilson Nazário alerta que ainda não se pode afirmar que haverá aumento do nível de água armazenada.
— Vai chover lá (Cantareira) também. Mas a chuva não será suficiente para recuperar a água perdida (devido a crise hídrica). A água que cair será, primeiramente, absorvida pelo solo que está seco.
O governo afirma que uma crise de estiagem tão crítica quanto a que o Estado está enfrentando só acontece a cada 3.378 anos. Mas a professora do Departamento de Ciências Atmosféricas da USP (Universidade de São Paulo) Maria Assunção Faus Silva Dias lembra que, em 2001, São Paulo já passou um período de seca preocupante. Segundo ela, já está dado o alerta que importantes investimentos precisarão ser feitos para evitar a escassez de água.
— O planejamento para o futuro tem que levar em conta que em 14 anos nós tivemos dois episódios de seca. Há a possibilidade de que eles não se repitam, mas temos que estar preparados. De acordo com a pesquisadora, a chance do fenômeno El Niño provocar chuvas no Sistema Cantareira não é alta.
— Nós estamos prevendo o El Niño para o segundo semestre, mas ele deverá provocar mais chuvas na região Sul do Brasil.
Para resolver a escassez em curto prazo, o governo apostou no uso do volume morto do Sistema Cantareira e no remanejamento de consumidores para os sistemas Guarapiranga e Alto Tietê.
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