Após atraso para começar a atender, médica cubana diz que "por ela já estaria na Amazônia”
Profissional em treinamento em Brasília disse que dificuldade no português não é problema
Saúde|Kamilla Dourado, do R7, em Brasília
Depois de receber a notícia de que teria que esperar ao menos uma semana para começar seu trabalho em Codajás (Amazônia), que fica a 240 km de Manaus, a médica cubana Amarilis Martinez, 45 anos de idade, disse que está ansiosa para trabalhar. Ela está em treinamento em Brasília desde o dia 26 de agosto.
Nesta terça-feira (11), o Ministério da Saúde atrasou em uma semana o início das atividades dos profissionais dos Mais Médicos. Eles iriam se apresentar nas cidades onde irão trabalhar na segunda-feira (16). Porém, a data de apresentação foi alterada para o domingo (22). De acordo com o governo, a mudança no cronograma aconteceu "devido à necessidade de que os profissionais conheçam melhor o local onde atuarão". Por isso, os médicos com diploma estrangeiro serão recepcionados, durante a próxima semana, nas capitais dos Estados onde vão atuar.
— Por mim, eu já estaria na Amazônia. A expectativa é muito grande para conhecer o lugar, começar a trabalhar. Tenho muitas curiosidades, quero logo começar a trabalhar [...].
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Desde o dia 26 de agosto, 682 profissionais são submetidos ao treinamento, que inclui aulas de português e informações sobre o funcionamento do SUS (Sistema Único de Saúde) e do programa de atenção básica. Desse total, 116 são brasileiros graduados em outros países, 166 são estrangeiros e os outros 400 são cubanos que vieram ao País por meio de acordo firmado com a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde).
Nesta semana, Amarílis, que tem 22 anos de profissão, disse que teve aulas de português. Segundo ela, a língua não será um impedimento.
— É só falar mais devagar e aos poucos a gente vai se acostumando, vai se entendendo, se adaptando.
Além do idioma, o preconceito que possa surgir por ser estrangeira não é preocupação para a médica.
— Os que nos criticam, não nos conhecem, não sabem como somos, nós estamos acostumados a trabalhar em outros países.