Após fim das inscrições, Fenam diz que governo vai enfrentar médicos na Justiça
Representante afirmou que o governo federal tem promovido um massacre à categoria
Saúde|Fred Leão, do R7, em Brasília
Após a divulgação de que o programa Mais Médicos, criado pelo governo federal, recebeu a inscrição de 18.450 de profissionais interessados em trabalhar em regiões carentes do País, a Fenam (Federação Nacional dos Médicos) afirmou, nesta sexta-feira (26), que repudia o projeto. Segundo a federação, será recomendado aos estudantes de medicina que ele não se continuem no programa.
Em tom de descontentamento com o governo federal, o presidente da Fenam, Geraldo Ferreira Filho, disse que o projeto Mais Médicos é irregular.
— O governo federal vai ter precisar enfrentar nossa resistência na Justiça.
Segundo Ferreira Filho, o pagamento de bolsas para que os médicos atendam na rede pública de saúde como parte da residêndia médica é inconstitucional.
— Não se pode pagar bolsas para um profissional, sendo que há uma relação de trabalho, como é proposto pelo Mais Médicos. Não aceitamos isso.
Quase 50% das inscrições no programa Mais Médicos foram consideradas inválidas, segundo governo
O Ministério da Saúde divulgou que até as 17h30 desta quinta-feira (25) o programa havia recebido a inscrição de 18.545 profissionais. Nesta semana, a Fenam ajuizou uma ação civil pública na Justiça Federal contra o programa Mais Médicos.
Ministros apontam avanços nas discussões sobre o programa Mais Médicos
O representante da federação da classe afirmou ainda que o governo federal tem promovido um massacre à categoria.
— Há uma crise do governo contra a classe médica. Não sabemos a raiz disso.
Desconfiança
Sobre uma inconsistência nos dados fornecidos pelos candidatos inscritos no programa relatada pelo Ministério da Saúde, o presidente da Fenam disse que desconfia dos dados. O Mais Médicos recebeu a inscrição de 18.450 de profissionais interessados em trabalhar em regiões carentes do País, porém, segundo o ministério, 8.307 pedidos tinham números inválidos de registro em conselhos regionais de medicina. O dado foi divulgado nesta sexta-feira (26).
— Desse governo, podemos esperar tudo, inclusive que eles criem inscrições para o projeto.
Estudantes de medicina, em reunião com a diretoria da Fenam, afirmaram que no próximo dia 8 será feita uma paralisação dos trabalhos de universitários em regime de internato em todo o País.