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"Cheguei a fumar bituca de cigarro de dentro do cinzeiro”, diz ex-fumante

Arquiteto conta que tentou largar o cigarro mais de 20 vezes, além de gastar metade do salário

Saúde|Fabiana Grillo, do R7

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"Meu maior troféu foi ter terminado o triatlo", diz ex-fumante
"Meu maior troféu foi ter terminado o triatlo", diz ex-fumante

Todo fumante é capaz de largar o cigarro e desfrutar de uma vida saudável. Alguns podem ter mais dificuldade, outros menos, mas o importante é querer e, mais do que isso, ter muita força de vontade. Há quase três anos, o arquiteto Eduardo Nakamura, 34 anos, abandonou o vício e garante "não volto nunca mais, tenho nojo de cigarro". Após mais de 20 tentativas malsucedidas, ele conseguiu trocar o fumo pelo esporte. Conheça esta história de superação na entrevista a seguir.

R7 — O que te motivou a parar de fumar?


Eduardo Nakamura — Tentei parar de fumar mais de 20 vezes, mas só no dia 10 de julho de 2011 larguei definitivamente. Na época, participei do Leader Training [treinamento comportamental para o autoconhecimento] e acho que isso deu um estalo no meu subconsciente. Passei dois dias neste treinamento e saí de lá sem a necessidade do tabaco. Antes de abandonar o cigarro de uma vez por todas, até fumei uma ou outra vez sem tragar, mas não me fazia mais tão bem.

R7: Desta vez você não teve recaídas, como nas outras mais de 20 tentativas?


Eduardo Nakamura: Acho que desta última vez a vontade de fumar era menor, além de estar certo do que queria. Nas outras tentativas, me sentia nervoso e ansioso e, na primeira oportunidade que tinha de sair com os amigos para beber, voltava. Já cheguei a fumar bituca de cigarro de dentro do cinzeiro porque estava tentando parar e não tinha nenhum maço em casa.

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R7: Nesses quase três anos sem cigarro, você nunca deu uma escapadinha?


Eduardo Nakamura: Não tenho vontade de fumar, mas o que me mantém longe do cigarro é a prática do esporte. Sempre gostei de correr, mas não tinha fôlego. Corria 1 km e já estava morto. Terminava o exercício e acendia um cigarro. Depois que larguei o vício, já consegui correr 21 km. No entanto, meu maior troféu foi ter terminado uma prova de triatlo [evento atlético composto por três modalidades]. Atualmente, faço natação três vezes por semana, musculação duas vezes e corrida ou bicicleta três vezes.

R7: Você se lembra de quando acendeu o primeiro cigarro?

Eduardo Nakamura: Acho que foi entre 13 e 14 anos com os amigos por brincadeira ou curiosidade. Ao contrário de algumas pessoas, não achei tão ruim e fumava de vez em quando. Comecei a fumar mesmo com 18 anos, na época da faculdade, mas escondi da minha família até uns 23 anos. Mesmo assim, sempre evitei fumar na frente dos meus pais. Sabia que eles não gostavam e também não queria ouvir sermão.

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R7: Quantos cigarros você fumava por dia?

Eduardo Nakamura: Nos últimos anos, fumava quase um maço por dia. Na balada, era mais, entre um maço e meio a dois por noite. Gastava cerca de 50% do meu salário em bebida e cigarro. Na verdade, acho que a minha dependência não era tão química, mas sim pelo hábito e, às vezes, por ansiedade.

R7: Quais os momentos que você sentia mais vontade de fumar?

Eduardo Nakamura: Após as refeições, quando bebia com os amigos ou quando estava sozinho. O cigarro era como se fosse um companheiro para mim. Hoje em dia, tenho nojo de cigarro. Só de ficar do lado de quem fuma, fico mal no dia seguinte, com a garganta irritada.

R7: O que é mais difícil driblar na hora de parar de fumar?

Eduardo Nakamura: Como todo fumante tem seus horários, ou melhor, tem seus momentos sagrados para acender o cigarro, acho que eliminar este hábito de todos os dias é o mais difícil. Um dia sem cigarro parece uma semana. Na última vez, não sofri com nada disso, mas nas outras tentativas malsucedidas, as primeiras duas semanas (nunca passei muito disso) foram as mais complicadas.

R7: Além de mais fôlego, que outros benefícios você sentiu após deixar o cigarro de lado?

Eduardo Nakamura: Quando eu era fumante me sentia sempre cansado e agora tenho mais disposição para qualquer coisa. Outro ponto é a questão do cheiro do cigarro. Quem fuma não sente, mas minha sobrinha, por exemplo, falava que meu quarto fedia. No paladar, não senti diferença, por isso acho que não engordei. Ao contrário, quis comer melhor e cuidar mais da saúde.

R7: Em algum momento nesses três anos você pensou em voltar a fumar?

Eduardo Nakamura: Nem passa pela minha cabeça. O cigarro não faz mais parte da minha vida. Minha namorada também é ex-fumante, na verdade já nos conhecemos livres deste vício, e acho que um incentiva o outro a não voltar. Além disso, na minha família ninguém fuma.

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