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Depilação íntima aumenta o risco de transmissão de DSTs; lâmina e cera são os vilões

Depilação causa micro cortes que deixam pele propensa a DSTs, explica especialista

Saúde|Do R7*

Depilação com lâmina e cera agravam contaminação de DSTs
Depilação com lâmina e cera agravam contaminação de DSTs

Você sabia que depilação íntima aumenta o risco de transmissão de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), como herpes, sífilis e clamídia? Essa foi a conclusão de um estudo realizado com quase 8.000 pessoas, de 18 a 65 anos, na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e divulgado nesta semana revista Sexually Transmitted Infections. 

De acordo com Murilo Drummond, dermatologista da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) e da Academia Americana de Dermatologia, isso ocorre porque a depilação provoca micro cortes na pele, que facilitam a penetração de bactérias e vírus.

— A depilação na região pubiana deixa o local sensível à penetração de fungos e bactérias. A área em questão, consequentemente, pode ser mais sensível às diversas formas de DST, que aproveitam essa porta de entrada para entrar no organismo. Essa região [íntima] já é suscetível a bactérias agressivas, como estafilococos e coliformes, mas a depilação pode abrir espaço para contaminação de doenças sexuais.

Para quem tem dúvida, a depilação íntima inclui a remoção de pelos na área externa dos órgãos genitais, a parte interna da coxa e a região anal — região mais suscetível a contaminações.


O estudo revelou que entre as DSTS mais transmitidas por causa da depilação íntima são clamídia e o HIV. Porém, Drummond alerta que a pessoa pode pegar qualquer outra doença. 

— Qualquer DST pode ser transmitida com essa porta aberta, das mais agressivas como a sífilis quando o HPV, cuja contaminação pode acontecer com mau uso de lâminas e cera. Os sinais de alerta para essas doenças são feridas, manchas e as famigeradas verrugas. Todas elas têm tratamentos medicamentosos.


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Lâmina e cera são os vilões


O especialista alerta que o uso da lâmina e da cera são os métodos que potencializam o perigo. A lâmina jamais pode ser compartilhada ou usada em outras regiões do corpo. E, após o uso, deve ser descartada, já que ele pode levar o fator contaminante para outra região do corpo ou para o organismo de outra pessoa. No caso da cera, muitos locais reaproveitam o produto, o que é preocupante em termos de higiene. Locais e materiais contaminados podem levar até à contaminação do vírus HIV. Por isso, é muito importante escolher um estabelecimento regularizado que tenha níveis de assepsia adequados. 

Drummond explica que um método mais seguro é a depilação a laser por ser realizada em intervalos de tempo mais espaçados, e não prejudica tanto a pele quando a lâmina e a cera.

— A depilação a laser pode ser considerada a forma ideal para extração de pelos, uma vez que, após algumas sessões não haverá mais a necessidade constante dessa agressão, apenas uma manutenção bem esparsa. O problema é que muitos lugares não obedecem os conceitos imprescindíveis de assepsia, tanto do aparelho como da região a ser depilada. Nesses casos as chances de DST aumentam muito.

Melhor esperar 1 semana

A cicatrização média após o processo de depilação é de uma semana. Por isso, segundo o médico, o adequado é evitar relações sexuais nesse período, mesmo que se utilize camisinha. Isso porque a área de atrito atingida pela depilação é maior do que a coberta pelo preservativo.

— O tempo de cicatrização da depilação é de uma semana. Após esse período, o risco deixa de ser alto e volta ao normal, da população em geral. É importante respeitar esse limite e usar camisinha sempre, para minimizar os riscos de contaminação.

Segundo o especialista, não é necessário deixar de se depilar. A solução é respeitar o tempo de cicatrização, utilizar camisinha em toda relação sexual, verificar a higiene do local em que se realiza o procedimento e preferir formais mais seguras e menos agressivas como o laser.

*Colaborou: Juliana Cunha

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