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Dieta restritiva é ilusão e faz a pessoa engordar tudo de volta 

Especialista explica que restringir a alimentação é um erro de quem quer emagrecer

Saúde|Do R7*

Dietas restritivas são ilusórias e só aumentam o ganho de peso posterior
Dietas restritivas são ilusórias e só aumentam o ganho de peso posterior Dietas restritivas são ilusórias e só aumentam o ganho de peso posterior

Quem nunca quis perder aqueles cinco quilinhos que insistiam em encher a paciência? Muitas pessoas já passaram por isso, mas o professor de nutrição da escola de Educação Física da USP (Universidade de São Paulo) Antônio Lancha Jr garante que a maioria delas tentou resolver esse problema de forma equivocada: por meio de dietas restritivas.

Apesar de parecerem milagrosas, as dietas restritivas não passam de uma ilusão, de acordo com o especialista. Isso ocorre porque o peso que se perde durante esse período é nada menos que massa magra e água, ou seja, o corpo não eliminou gorduras, fazendo com que quando a pessoa voltar a se alimentar, ganhe todo o peso de volta.

— Quando você faz uma dieta restritiva, o organismo fica atento para estocar qualquer quantidade de comida que for ingerida. Ou seja, quando a alimentação voltar ao normal, o corpo vai absorver muito mais gordura do que absorvia antes, por achar que está passando por um período de restrição de alimentos.

Lancha afirmou que 90% dos casos de dietas restritivas acabam em frustração, porque a satisfação pelo emagrecimento acaba muito rápido. Desta forma, o professor insiste que a melhor forma de emagrecer com saúde é promovendo a mudança de comportamento em relação à comida.

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— Coma um pouco de tudo. Mas pouco.

Segundo o professor, ao se privar de alimentos, as chances de o processo de emagrecimento dar errado são muito grandes. Além disso, as recompensas da dieta demoram para vir, diferentemente da recompensa promovida pela comida: quando você come, sente o prazer imediatamente.

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Carboidratos: vilões?

Um grande equívoco cometido pela maior parte das pessoas que mergulham de cabeça em dietas restritivas é colocar o carboidrato como vilão. De acordo com o especialista, isso não faz sentido, uma vez que, uma pessoa sedentária queima muito mais carboidratos do que gorduras. Ou seja, deixar de comer carboidratos apenas faz com que o organismo sinta a falta deles e passe a estocar as gorduras, para prover alguma energia ao corpo. 

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Ainda de acordo com Lancha, a gordura é a principal substância presente na gordura corporal, com uma eficiência de incorporação de 98%. Diferentemente do que se acredita, não é o carboidrato o segundo colocado da lista, mas, sim, o álcool — as bebidas alcoólicas têm uma eficiência de incorporação na gordura corporal de 95%. Os carboidratos têm apenas 48%, enquanto as proteínas 42%.

Dietas restritivas não funcionam em longo prazo, afirma nutricionista

Além de os carboidratos serem superestimados quanto ao efeito do ganho de peso, o glúten se tornou um vilão para muitas pessoas. As redes sociais e a disseminação de informações, segundo Lancha, fazem com que inverdades sejam compartilhadas a todo o instante.

O professor garantiu que uma delas é o efeito do glúten no corpo: para não-celíacos — pessoas que não são alérgicos à substância —, o glúten não faz mal algum, pelo contrário:

— Nosso intestino é revestido por bactérias e todas elas precisam do glúten para poderem agir. Se o elemento for eliminado do organismo, o intestino fica à mercê de intoxicações alimentares e outros problemas.

Outro alimento que se tornou vilão no senso comum é a farinha branca, uma vez que, dizem que ela Dieta restritiva é ilusão e faz a pessoa engordar tudo de voltaaumenta os índices glicêmicos.

Contudo, de acordo com o especialista, essa elevação não acontece se o alimento for ingerido com outro alimento rico em gordura ou fibras.

— Pão francês, se ingerido com manteiga, margarina ou requeijão, não aumenta o índice glicêmico porque a gordura dos acompanhamentos retarda a absorção glicêmica. Isso ocorre também com o arroz: se for ingerido com feijão, que não é rico em gorduras mas tem bastante fibra, não tem efeito algum na glicemia.

Exercícios físicos são, sim, essenciais

É sabido que 80% do emagrecimento é consequência da mudança alimentar, mas não se pode ignorar os 20% de efetividade das atividades físicas. Para Lancha, a principal desculpa de que "não há tempo" para fazer exercícios não faz sentido algum, uma vez que há formas de driblar essa falta de tempo.

— Um jeito simples de fazer exercícios é na hora do almoço: em vez de ir para o restaurante de carro, vá a pé. Uma caminhada de 20 minutos na ida e outra na volta já somam 40 minutos de caminhada. Pronto, a atividade física do dia está feita. 

Já que tudo é permitido, como emagrecer? Lancha explica que o segredo está na quantidade e na frequência com a qual esses alimentos são ingeridos. Ele sugere que a pessoa em processo de emagrecimento escolha um momento da semana, de preferência uma situação especial, para comer o que tem vontade, seja uma massa de farinha branca com molho branco, ou algumas taças de vinho.

*Colaborou: Talyta Vespa, estagiária do R7

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