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Ebola está "fora de controle" na Libéria, diz especialista da OMS

De acordo com ele, negação dos casos prejudica esforços para combater a doença

Saúde|

Enterros tradicionais estão provocando grande número de contágios
Enterros tradicionais estão provocando grande número de contágios Enterros tradicionais estão provocando grande número de contágios

O surto de ebola está "fora de controle" nas regiões mais afastadas da capital liberiana, devido à negação da doença por parte dos pacientes e dos enterros tradicionais, alertou nesta quarta-feira (13) um especialista da OMS (Organização Mundial da Saúde) na Libéria.

"O ebola é uma doença contra a qual devemos lutar unidos. Não se deve negá-la. A negação está prejudicando os esforços para combater a doença", disse o assessor para o controle da doença da OMS, Clement Peters, em entrevista à emissora de rádio da UNMIL (Missão das Nações Unidas na Libéria). Ele pediu que as pessoas informassem às autoridades de saúde sobre os possíveis casos de ebola logo no aparecimento dos primeiros sintomas.

— A negação é o pior, porque as crianças estão morrendo e precisamos proteger a nós mesmos.

Peters também explicou que os enterros tradicionais, que envolvem o contato direto com os corpos, estão provocando um grande número de contágios e mortes em muitos condados do país. Ele pediu a colaboração dos líderes comunitários para explicar e sensibilizar à população sobre como enterrar seus parentes a fim de evitar a propagação da doença.

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No entanto, alguns líderes e moradores de zonas afastadas a Monróvia, a capital liberiana, denunciaram a essa mesma emissora de rádio que as autoridades não estão respondendo aos pedidos de ajuda para tratar alguns pacientes com sintomas de ebola.

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Prova disso, explicaram, é que em alguns povoados os corpos das pessoas que supostamente morreram por ebola seguem amontoados nas ruas. Como forma de protesto, alguns moradores utilizaram os corpos para bloquear as estradas, algo que segundo o ministro da Defesa liberiano, Brownie Samukai, vai contra a lei. Desde o início da epidemia, em março em Guiné e que se estendeu à Libéria, Serra Leoa e Nigéria, 1.013 pessoas morreram, conforme a último levantamento da OMS.

Apesar de os governos africanos mobilizaram todos os recursos possíveis para tentar conter a doença, o número de vítimas aumenta na África Ocidental, especialmente na Libéria, onde de 7 a 9 de agosto 29 pessoas morreram. A OMS, que declarou este surto como uma "emergência pública internacional", informou hoje que precisa de US$100 milhões para combater esta epidemia sem precedentes.

O ebola — transmitido por contato direto com o sangue ou fluidos corporais de pessoas ou animais infectados - causa hemorragias graves e pode ter uma taxa de letalidade de 90%. Esta é a primeira vez em que é identificada e confirmada uma epidemia de ebola na África Ocidental. Até agora, a doença sempre ocorria na África Central.

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