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Excesso de peso no Brasil é “problema de saúde pública”, diz governo

Representante do Ministério da Saúde diz que País caminha para índices elevados de obesidade

Saúde|Vanessa Sulina, do R7

Prato do brasileiro está mais cheio de gordura, diz Vigitel
Prato do brasileiro está mais cheio de gordura, diz Vigitel

Mais da metade da população brasileira está acima do peso. De acordo com dados recentes divulgados pelo Ministério da Saúde, 51% das pessoas está com sobrepeso. O dado é tão preocupante que o Governo Federal já encara como “problema de saúde pública”. A coordenadora geral de doenças e agravos não transmissíveis da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, Marta Silva) disse que o “sinal vermelho já foi aceso”.

— Isso está se tornando epidemia [excesso de peso e obesidade]. É uma preocupação porque o Brasil está caminhando para índice de obesidade elevado, como já acontece em países como Chile e Estados Unidos. Por isso, é necessário agir de forma integrada entre sociedade e governo.

Em 2006, o índice de sobrepeso estava em 43%. E a obesidade pulou de 11% para 17% em 2012. De acordo com Marta, esse aumento torna um “fator de risco para o surgimento de várias doenças”.

— Esse patamar elevado impacta na qualidade de vida da população, no aumente dos casos de internação e mortalidade da população brasileira.


Metade da população brasileira está acima do peso

Causas


São várias as causas que justificam o aumento no excesso de peso do brasileiro, de acordo com a coordenadora. Segundo ela, o brasileiro está “se alimentando mal” e praticando pouca atividade física.

— A população brasileira reduziu o consumo de frutas e hortaliças e aumentou a de gordura saturada.


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Além destes “motivos óbvios” com alimentação e exercícios físicos, a endocrinologista coordenadora e professora de Pós-Graduação em Endocrinologia pelo ISMD (Instituto Superior de Medicina) Claudia Chang explica que há “fatores coadjuvantes” que contribuem para o aumento no peso.

— O padrão de sono da população geral tem mudado. As pessoas estão dormindo cada vez menos. Dormir menos de seis ou sete horas já é fator de risco para ganho de peso. Além das alterações associadas ao sono, pacientes que tem excesso de peso tem redução de vitamina D e isso colabora no desenvolvimento de doenças, como o diabetes. Quanto maior a massa de gordura, maior será a deficiência deste tipo de vitamina.

Riscos de doenças ligadas a obesidade podem ser herdados de avó, diz estudo

Além de todos estes fatores, a médica ainda explica que há estudos recentes que mostram que os agrotóxicos encontrados em alimentos interferem no aumento de peso.

— Os agrotóxicos e bisfenol (substância presente em algumas embalagens plásticas) entram no sistema endócrino e podem contribuir para a obesidade.

Consequências

Quanto maior o peso, mais risco o paciente terá de desenvolver doenças cardiovasculares, como infarto e AVC (acidente vascular central). De acordo com o médico cardiologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Francisco Fonseca, pessoas que “comem mais, vivem menos”.

— O excesso de peso está associado à elevação da pressão arterial, aumento das gorduras no sangue, a diminuição do colesterol bom, a tendência a diabetes, inflamação do organismo, além do aumento dos derrames e taquicardíacos.

Mudança no estilo de vida

Não tem jeito, uma das maneiras de reduzir o peso é a reeducação alimentar e atividade física, segundo o cardiologista.

— Nós tentamos dietas gradativas. Porque as radicais só funcionam por um determinado momento e é difícil do paciente segui-la. Já na questão da atividade física, como muita gente diz não gostar ou não ter tempo, então, a gente indica que a pessoa troque o elevador pela escada, caminhe um pouco mais na rua, passe o final de semana se movimentando, saia um pouco de casa, ande de bicicleta...

Acima do peso

A obesidade moderada ocorre quando o indivíduo tem IMC (índice de massa corporal) entre 30 e 34,9. O IMC é calculado dividindo o peso pela altura elevada ao quadrado.

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