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“Fiquei livre das injeções diárias de insulina”, diz jovem escritor com diabetes

Mark Barone, de 32 anos, trocou as incômodas picadas pela bomba de insulina

Saúde|Fabiana Grillo e Vanessa Sulina, do R7

Mark Barone diz não querer trocar a bomba por nada
Mark Barone diz não querer trocar a bomba por nada

Para os médicos, o tratamento padrão ouro do diabetes tipo 1 é a bomba de insulina. O aparelho eletrônico é do tamanho de um celular e fica ligado no corpo por meio de um cateter que libera insulina 24 horas por dia. Apesar de ser o tratamento que mais se aproxima da fisiologia normal do pâncreas, o endocrinologista Márcio Krakauer, presidente da Adiabc (Associação de Diabetes do ABC), avisa que a bomba não é indicada para todos os pacientes.

— Apesar de facilitar a vida de quem tem diabetes, o preço alto é um dos fatores que impedem o acesso a este tipo de tratamento. Além disso, nem todos os médicos estão preparados para assessorar seus pacientes. É complexo!

A tecnologia chegou ao Brasil há cerca de dez anos, mas é restrita a 4.000 pacientes no País. Para ter o aparelho, é preciso desembolsar de R$ 13.000 a R$ 15.000. Por mês, os insumos chegam a custar R$ 2.000.

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Mesmo com o preço salgado, há quem garanta que o investimento vale a pena. É o caso do autor do livro Tenho diabetes tipo 1, e agora?, Mark Barone. Aos 32 anos de idade, há 22 com diabetes tipo 1, ele garante que só trocaria o aparelho se existisse uma versão atualizada e com mais recursos.


— Há seis anos passei a usar a bomba. Troquei seis injeções diárias de insulina por uma picada a cada três dias para trocar o cateter. Além disso, reduzi de 12 para quatro o número de testes de ponta de dedo para checar o valor da glicemia. Com isso, consegui manter um controle excelente mesmo após mais de duas décadas de diabetes e a rotina intensa de trabalho.

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Mark, que também é pesquisador e educador em diabetes, teve indicação médica para o tratamento e, por meio de ação judicial, recebe parte dos insumos pelo governo. O jovem cita a tranquilidade como a principal mudança do tratamento convencional para a bomba de insulina.

— Posso olhar na tela do aparelho a qualquer momento e ver como está a tendência da minha glicemia. Se ela está alta ou baixa, a bomba emite um alerta para que eu possa evitar hipo ou hiperglicemia. Dependendo do valor, ela simplesmente suspende a liberação de insulina.

Entre as vantagens, a endócrino-pediatra Denise Ludovico, da ADJ Brasil (Associação de Diabetes Juvenil), acrescenta a capacidade de administrar doses muito pequenas de insulina.

— No caso de crianças, isso pode ser imprescindível para o bom controle glicêmico. A seringa e a caneta não permitem valores tão mínimos.

Para o escritor, o ponto negativo é “a necessidade de estar conectado ao aparelho o tempo todo, inclusive durante a noite”. Apesar do incômodo, ele garante que “é possível se acostumar em pouco tempo”.

A médica concorda, mas reforça que a bomba não precisa ser uma escolha para o resto da vida. No Brasil, há dois laboratórios que comercializam o aparelho — Medtronic e Roche — e dão a oportunidade de o paciente fazer o teste durante um mês.

— Em algum momento, a bomba pode ser uma ótima solução, mas não precisa ser para sempre. A insulina é a única companheira do portador de diabetes tipo 1 para o resto da vida.

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