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Quem não quer ter uma noite regada de amor, prazer e erotismo no Dia dos Namorados, comemorado nesta quinta-feira (12)? Para que esta data seja especial e inesquecível (sem contratempos desagradáveis), especialistas respondem as principais dúvidas sobre sexo selvagem, brinquedos eróticos, masturbação e DST´s (doenças sexualmente transmissíveis)
Texto e entrevista: Fabiana Grillo e Vanessa Sulina, do R7Getty Images
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Falta de sexo é prejudicial à saúde
Verdade. Para o infectologista Evaldo Stanislau, médico assistente da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do HC (Hospital das Clínicas), o sexo é um importante mecanismo de relaxamento e de prazer.
— Respeitadas as privações voluntárias de caráter até religioso, sem sexo, as pessoas ficam mais ansiosas e se sentem infelizes. Nos homens a falta de ejaculação é fisiologicamente compensada pela ejaculação espontânea noturna, o que sinaliza a necessidade de um mecanismo de compensação à ausência das relações sexuais. O orgasmo relaxa o corpo como um todo, pois dá uma sensação de prazer, e consequentemente, ajuda o sono. Por isso, é até normal os casais dormirem após a relação, desfrutando de um sono reparador e profundoGettyImages
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Sexo selvagem pode provocar ferimento na região genital
Verdade. Segundo o infectologista Ivo Castelo Branco, coordenador do Serviço de DST da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), toda prática sexual em que não há lubrificação pode causar traumas, favorecendo o aparecimento de infecções e fissuras na região genital e ânus.
— Entre os sintomas, a pessoa sente dor ou apresenta secreção [corrimento] na região. Em alguns casos, o próprio organismo resolve. Já em outros é importante tratar com orientação médica.
Por causa dos cortes, o infectologista do HC acrescenta que há risco de a pessoa pegar qualquer infecção transmitida por sangue, como HIV.
Por causa dos cortes, o infectologista Stanislau do HC acrescenta que há risco de a pessoa pegar qualquer infecção transmitida por sangue, como HIV.
— Nas relações de homens com homens, práticas como o fisting (introdução do punho no ânus), há também o risco de contrair hepatite CWikiCommons
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Compartilhar a roupa íntima (calcinha, cueca e toalha) aumenta a chance de DST
Verdade. Embora não seja muito comum, os infectologistas avisam que o risco existe, especialmente de doenças como candidíase, escabiose, herpes genital, HPV (papilomavírus humano) e piolho genital, popularmente conhecido como chato. No entanto, “não é tocou, pegou”, alerta Stanislau.
— A mulher corre mais risco por causa da anatomia genital, área úmida, mais secreções e até mesmo a extensão do órgão que aumenta a área de exposição. Se tiver sangue e secreções, é possível contrair até o HIV. Já os homens quase não têm risco, porque o órgão sexual masculino tem menos secreções e umidade, além de a própria pele íntegra atuar como barreiraGetty Images
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Beijo na boca não transmite DST
Mito. A transmissão de DST pelo beijo não é tão comum, mas pode acontecer, avisa o infectologista da SBI. Ele cita herpes labial e sífilis como as mais comuns. No entanto, dependendo do tipo de beijo não há risco, ressalta o especialista Stanislau.
— O selinho não traz nenhum risco. Já aquele beijo mais demorado, com troca de secreção, pode transmitir além de herpes labial, também HPV. Hoje, com a prática do sexo oral, há um aumento do papilomavírus humano na cavidade oral e na laringe.
Castelo Branco acrescenta que o sexo oral também pode transmitir gonorreia e clamídia, por isso “é importante usar camisinha e restringir o número de parceiros e parceiras”. Boca machucada e gengivite aumentam o risco de doenças, conclui StanislauGetty Images
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Sexo oral mais violento deixa o pênis roxo e dolorido
Verdade. Castelo Branco explica que traumas no pênis existem em qualquer tipo de sexo e geralmente causam edemas ou marcas roxas na genitália.
— Pode acontecer até de o homem fraturar o pênis. Por isso, se o local apresentar qualquer alteração, é importante procurar o médico para verificar o tamanho do traumaThinkstock
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Casais fiéis podem deixar a camisinha de lado
Verdade. Se realmente houver fidelidade e ambos forem saudáveis, ou seja, não apresentarem nenhuma doença sexualmente transmissível comprovado com exames negativos para HIV, sífilis e hepatite B, a camisinha não precisa fazer parte da relação, advertem os médicos. No entanto, se um dos dois cometer uma traição, a camisinha deve entrar em cena imediatamente e ambos precisam refazer todos os exames.
No entanto, se um dos dois cometer uma traição, a camisinha deve entrar em cena imediatamente e ambos precisam refazer todos os examesThinkstock
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Ejacular fora da vagina elimina o risco de DST
Mito. O risco de contrair doenças existe já que nem todas são transmitidas pelo sêmen, mas também pelo líquido pré-ejaculatório. Entre elas, o médico do HC cita HIV, hepatite e sífilis.
— Se houver contato com alguma lesão, a pessoa também corre o risco de pegar HPV e herpesGetty Images
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Masturbação não traz risco de infecção
Mito. No entanto, isso só acontece se um dos dois tiver alguma lesão e o parceiro encostar nesse local, esclarece Stanislau. De forma geral, a masturbação não traz nenhum risco de doença e deve ser encarada como uma forma de conhecer melhor o corpo e descobrir novos prazeres. Ela deve entrar como complemento da relação sexual, que “não deve ser substituída”, enfatiza Castelo BrancoGetty Images
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Engolir o sêmen aumenta chance de doença
Verdade. O médico do HC explica que a transmissão de doenças, como sífilis, HIV e hepatite B, pode ocorrer, por isso a “prática do sexo oral deve ser feita com camisinha”.
Para Castelo Branco, o risco é maior na boca “porque normalmente o suco gástrico vai destruir a maioria dos agentes infecciosos”Getty Images
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Tomar banho antes do sexo oral elimina a chance de contrair doença
Mito. Os médicos são enfáticos: “não é tomando banho que se previne doenças, mas sim usando a camisinha”. A higienização do corpo é bem-vinda antes e depois da relação, mas como forma de limpeza. O infectologista do HC acrescenta que urinar após a relação sexual é outro mito.
— Não tem fundamento dizer que urinar após o sexo elimina o risco de doença
Higiene íntima: identifique seu erro e adote a atitude certa para evitar infecçõesThinkstock
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Brinquedos eróticos não transmitem doenças
Mito. Embora não seja a forma mais comum de transmissão, o ideal é que “os brinquedos sejam higienizados antes e depois do uso e não podem ser compartilhados”, alerta Stanislau.
— Eles podem ser agentes de transmissão de HPV e herpes. Além disso, se tiver sangue, pode ser agente de transmissão da hepatite B e C.
Independentemente de usar brinquedo ou não, o médico também lembra que não se deve fazer sexo vaginal após sexo anal, pois o “ânus é repleto de bactérias e pode transmitir doenças”Getty Images