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Médicos devem paralisar atividades novamente em todo o País

De acordo com Fenam, estão marcados três dias de greve para este mês

Saúde|Vanessa Sulina, do R7

Médicos paralisaram as atividades no fim do mês de junho
Médicos paralisaram as atividades no fim do mês de junho

Os médicos prometem fazer mais três dias de paralisação nacional nos dias 23, 30 e 31 de julho, de acordo com o presidente da Fenam (Federação Nacional dos Médicos). Segundo Geraldo Ferreira, o objetivo é mobilizar e chamar a atenção da população para "importação" de médicos estrangeiros e o aumento do curso de medicina de seis para oito anos. De acordo com ele, médicos do SUS e da rede privada prometem cruzar os braços.

— O governo quer precarizar o trabalho do médico colocando ele para trabalhar no interior com bolsa. Além disso, é inaceitável trazer médicos para trabalhar no Brasil sem revalidação de diploma e impor aos profissionais um local fixo de trabalho. Nós não podemos aceitar trabalho escravo. Se o governo quer mais médicos no interior então que faça um concurso público com 20 horas de trabalho semanal dando estabilidade e carreira dentro do serviço público.

Ferreira ainda disse que as últimas ações do governo federal têm "provocado e chocado a categoria médica" e colocado o trabalho dos médicos "em xeque".

— Outra coisa que não podemos aceitar é a ampliação do curso para oito anos. Isso é explorar o trabalho médico. Um trabalho completamente ideológico do governo.


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Para não prejudicar a população, o presidente afirma que a greve não atingirá os serviços de urgência e emergência. Apenas os serviços de exames e consultas deverão ser reagendados.


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Além da greve, segundo o calendário divulgado pela Fenam, na quarta-feira (17) haverá reunião entre Fenam, CFM (Conselho Federal de Medicina) e AMB (Associação Médica Brasileira). No dia seguinte, estão programadas manifestações de rua.


Programa Mais Médicos

O programa Mais Médicos prevê a contratação de médicos para atuar na saúde básica em municípios do interior e na periferia das grandes cidades. O programa foi criado por medida provisória pela presidente Dilma Rousseff e regulamentado por portaria conjunta dos ministérios da Educação e da Saúde.

Para preencher as vagas, o governo lançou editais: um para atração de médicos, outro para os municípios que desejam receber os profissionais e um terceiro para selecionar as instituições supervisoras. O edital foi aberto a profissionais formados no Brasil e graduados no exterior, inclusive estrangeiros. Os profissionais receberão bolsa federal de R$10 mil mensais, com jornada de 40 horas semanais.

Espanhóis e cubanos

Nesta segunda-feira (8), o Ministério da Saúde informou que médicos espanhóis e portugueses vão ter prioridade para trabalhar no Brasil. Segundo o governo, Espanha e Portugal terão preferência porque estão em um momento de crise econômica e os médicos desses países estão com dificuldade de encontrar emprego.

Além de priorizar as nações europeias por causa do momento econômico, o Ministério da Saúde também adota o critério de somente contratar profissionais de países onde a taxa de médicos por habitantes é maior que a do Brasil.

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