Nova leva de médicos cubanos tem dificuldade em falar português
Falta de fluência em língua portuguesa deve ser o maior desafio para profissionais
Saúde|Kamilla Dourado do R7, em Brasília
Desde a segunda-feira (7), cerca de 2.000 médicos cubanos iniciaram a etapa de treinamento para atuarem em hospitais e postos em todo País. Nas próximas duas semanas, além de aulas sobre saúde básica e sistema de saúde brasileiro, os profissionais vão estudar a língua portuguesa.
Em espanhol, a médica cubana Ella Velasquez disse que a maior dedicação vai ser aprender o português.
— Minha expectativa é estudar muito o português, estudar muito, porque tenho dificuldades, mas em terminologia médica que tenho estudado um pouco mais, me sinto mais segura.
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A médica chegou ao Brasil ciente das dificuldades que vai enfrentar no interior do País. Para Ellla, a falta a de estrutura não assusta.
— Nós estamos seguros de que vamos ficar bem, nós já estamos acostumados a isso. Em Cuba, minha família é do campo, estou acostumada, também já trabalhei na Namíbia (África), Venezuela em lugares mais difíceis também, eu estou acostumada, não me sinto mal.
O curso tem carga horária de 120 horas e tem ênfase em conhecimentos linguísticos, de comunicação, doenças prevalentes no Brasil e também aspectos éticos e legais da prática médica.
A médica Madelaine Toste também pediu para que a entrevista fosse em espanhol, disse que se sente “mais confortável” falando o idioma nativo, mas também vai estudar o português com afinco.
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Ela deixou marido e uma filha de sete anos em Cuba para trabalhar no Brasil e disse que não teme a falta de estrutura:
— O Brasil é um país irmão, chegamos para trazer toda a ajuda possível a esse povo que necessita tanto e que vamos fazer o melhor de nós para melhorar os indicadores desse País e melhorar a saúde, nós estamos dispostos a ajudar no que for necessário. Nós não temos medo porque estamos acostumados a prestar ajuda em outros países, como a África e estamos acostumados com problemas, se estamos aqui é porque estamos conscientes de toda a dificuldade.
Desconfiados, muitos médicos cubanos recusaram pedidos de entrevista, alguns disseram que preferem não falar ainda sobre a chegada ao Brasil, mas boa parte disse que o português não é bom o suficiente.
Os médicos receberão treinamento na Academia da Polícia Federal, onde também ficarão hospedados. As aulas serão ministradas por professores da Universidade de Brasília.