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'Percebi algo errado quando eles foram à escola', diz mãe

Roberta Mendes reclama de preconceito que sofreu por ter tratado filhos com ritalina

Saúde|

Déficit de atenção e hiperatividade é mais comum em crianças
Déficit de atenção e hiperatividade é mais comum em crianças Déficit de atenção e hiperatividade é mais comum em crianças

Para a técnica em educação Roberta Pardo Mendes, de 44 anos, o metilfenidato foi o que permitiu que seus filhos gêmeos, Murilo e Sofia, de 12 anos, tivessem a oportunidade de seguir os estudos. Ambos foram diagnosticados com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

— Percebi que algo estava errado quando eles foram para a escola. A professora me chamou quando eles tinham 6 anos e me disse que enquanto ela lia uma história para os alunos, o Murilo ficava correndo em volta da sala. Ele não parava nem um minuto sequer com o mesmo brinquedo.

Naquele ano, o garoto foi diagnosticado com o transtorno e iniciou o tratamento com o medicamento. Sofia passou pelo mesmo processo um ano depois.

— Eles só conseguiram iniciar a alfabetização depois de iniciar a medicação. Antes, não conseguiam ter foco em nada.

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Integrante de uma associação de pais de crianças com TDAH, ela reclama do preconceito que já sofreu por ter optado pelo tratamento com medicação.

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— Cheguei a ouvir de um psiquiatra da Prefeitura que o que meus filhos tinham não era um transtorno, era um dom. Só que a falta de tratamento pode colocar a criança em risco, porque uma das características do TDAH é que a pessoa nem sempre tem a noção do perigo. Hoje eles fazem tratamento no Hospital das Clínicas, com acompanhamento psicológico. O remédio sozinho não faz milagre, mas é necessário.

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A experiência do bancário Felipe (nome fictício), de 33 anos, com o metilfenidato não foi tão bem sucedida. Em 2008, após se queixar de extrema ansiedade e de falta de foco para a psiquiatra, recebeu o diagnóstico de TDAH e a prescrição do medicamento. Desenvolveu dependência e, por um ano, tomou uma dose quatro vezes maior que a prescrita.

— Conseguia ter estímulo e determinação para ler textos da faculdade por horas, conseguia me concentrar, mas acabei desenvolvendo um comportamento abusivo.

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Para manter o estoque do remédio, ele se consultava com três médicos diferentes para ter acesso a mais receitas do que o recomendado no mês.

— Só depois que minha família percebeu que a situação estava fora do controle, contei tudo para a médica e ela disse que eu teria que me internar. Consegui ir parando aos poucos e hoje faço tratamento para depressão e transtorno de ansiedade. Nunca tive TDAH.

Ele critica a falta de cuidados de alguns médicos no diagnóstico da doença.

— Fui a poucas consultas com a psiquiatra e ela já me receitou a Ritalina. Acho que o aumento no consumo pode estar ligado a um uso indiscriminado do remédio.

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