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Quem fez cirurgia de redução de estômago deve evitar bebida alcoólica, dizem especialistas

Álcool é absorvido mais rapidamente em quem fez este tipo de operação

Saúde|Da Agência Brasil

Sensibilidade aumenta em pessoas que fizeram cirurgia
Sensibilidade aumenta em pessoas que fizeram cirurgia Catherine Yeulet/Getty Images/iStockphoto

As pessoas que fizeram cirurgia bariátrica devem evitar a ingestão de bebida alcoólica, de acordo com Simone Marchesini, coordenadora-geral de psicologia da Comissão de Especialidades Associadas, da CBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica). 

— A sensibilidade ao álcool aumenta depois da cirurgia e, além disso, é um líquido com alto valor calórico.

Mário Carra, presidente da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica), concorda com Simone. Ele explicou que o álcool é absorvido mais rapidamente por quem fez a cirurgia bariátrica, e isso acelera a embriaguez. Constatou que muitos trocam a compulsão por comida pela compulsão por bebida.

— A recomendação é não beber álcool, e isso é explicado desde antes da cirurgia.


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Segundo ele, a cirurgia bariátrica não cura a obesidade, ela controla.

— A pessoa tem que entender que obesidade é doença crônica. Se o paciente não se controla, se não adota os exercícios físicos e uma nova alimentação, ele vai voltar a ganhar peso. A cirurgia é só metade do caminho do paciente obeso.


Almino Ramos, presidente da SBCBM, declarou que essa consciência de mudança de estilo de vida a pessoa que passou por uma cirurgia bariátrica tem que ter.

— É preciso fazer uma reeducação alimentar, passar a fazer atividades físicas, ter horários para comer, comer devagar, seguir o uso de determinados suplementos. Alguns pacientes não se adaptam a esse programa e correm riscos de ter resultados inferiores aos previstos, voltam a ganhar peso ou a ter os problemas de saúde de antes.

Simone Marchesini destacou que muitos pacientes, após a cirurgia, passam a se sentir bem e, por isso, deixam de tomar os suplementos necessários, e quando vão procurar ajuda já estão com anemia grave. Luzia Tremendani, de 32 anos, fez a cirurgia há quatro anos e disse que quando emagreceu deixou de tomar os suplementos.

— Agora percebi que estou com anemia, pensei que eu não precisava tomar mais as vitaminas. É preciso ver a cirurgia como uma mudança de estilo de vida, e não como mais uma dieta, se não ela volta ao estilo antigo.

Segundo ela, periodicamente a pessoa tem que ir ao serviço bariátrico para renovar o compromisso com o estilo de vida de magro.

A psicóloga considera importante a informação trazida por meio de grupos formados nas clínicas e pela internet. Segundo ela, esses contatos ajudam muito a pessoa que pretende passar pelo procedimento cirúrgico. Bárbara Duarte, estudante de 22 anos, tinha 140 quilos quando fez a cirurgia em 2012. Em nove meses a estudante perdeu 50 quilos. Ela declarou que foi sem medo para a cirurgia.

— Eu estudei bastante, entrei em blogs, li material sobre a cirurgia, entrei no grupo da clínica, fui fazer a cirurgia sabendo de tudo. Fui fazer com muita vontade e sem medo. Ela hoje faz parte de um grupo virtual que compartilha informações sobre a cirurgia.

Em um grupo da rede social Facebook, os participantes relatam suas experiências e postam fotos de antes e de depois da cirurgia. Há ainda muitas postagens que mostram empolgação antes da cirurgia. Frases como: “Enfim chegou o meu dia, é um presente de Deus” e “É um sonho da minha vida que estou realizando”. Essa empolgação, segundo Simone, é prejudicial para o paciente.

— O trabalho do psicólogo antes da cirurgia é desacelerar o paciente, tentar fazê-lo ver que não é um processo tão milagroso e tão fácil como ele pensa, e mostrar que as repercussões de longo prazo não são tão simples e fáceis.

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