Com a crise hídrica e o ajuste de 52% na bandeira tarifária vermelha, a conta de luz é hoje uma das despesas mensais que mais pesa no bolso dos brasileiros. Além de diminuir o uso de equipamentos que têm um grande consumo de eletricidade e de ficar atento ao desperdício, também é possível pensar em uma nova fonte de energia para abastecer a residência. A instalação de painéis fotovoltaicos, que usam a luz do sol para produzir eletricidade, pode reduzir em até 95% os gastos com essa despesa. Ainda que os custos iniciais não sejam tão baixos, o investimento pode até render créditos com a companhia fornecedora do serviço. Uma pessoa que tem um estabelecimento comercial, por exemplo, pode adquirir o sistema e transferir os créditos energéticos gerados para o apartamento onde mora. O que sobrar pode ser usado em um perído de até cinco anos. "Trata-se de um sistema de compensação que recebe o nome de on-grid", afirma o diretor comercial da Dinâmica Energia Solar, Artur Cantador. "O sistema off-grid, por outro lado, funciona a base de baterias e é independente do sistema elétrico. Apesar disso, esta não é uma alternativa viável e só é recomendada para regiões mais afetadas, onde as operadoras convencionais não chegam. Cerca de 95% das nossas instalações são on-grid." Qualquer pessoa pode adquirir um sistema fotovoltaico, até mesmo aqueles que vivem em prédios. É possível instalar a tecnologia nas nas áreas comuns do edifício, o que gera um abatimento na conta de luz de todos os moradores. Segundo Cantador, o mercado de sistemas fotovoltaicos cresceu cerca de 25% nos últimos meses. Ele atribui esse número ao aumento da procura das pessoas por alternativas de geração de energia mais econômicas, mas também à possibilidade de financiamento dos projetos. Isso porque, muitas vezes, o valor das parcelas é equivalente ao que uma pessoa normalmente pagaria na conta de luz de uma residência ou de uma empresa. Um comerciante que gasta R$ 3 mil por mês, por exemplo, pode praticamente zerar seus gastos com energia elétrica. Uma vantagem do sistema fotovoltaico é gerar energia sem a emissão de poluentes. As formas de geração que temos atualmente, inclusive a hidrelétrica, gera malefícios por vezes irreversíveis ao meio ambiente. "Apesar de a hidrelétrica não gerar poluição direta, vale lembrar que para instalar uma usina, é preciso destruir e modificar permanentemente diversos ecossistemas, muitos dos quais nunca são totalmente recuperados", diz. "É importante lembrar ainda que o Brasil é um país tropical, onde os raios solares incidem durante quase todo o ano, o que o torna um terreno absolutamente fértil para a disseminação e crescimento dessa prática. É preciso saber valorizar os recursos que nos foram dados", completa.*Estagiária do R7 sob supervisão de Pablo Marques