Israel busca atrair mais empresas na área de Ciências da Vida
Chefe do Departamento de Inovação diz que a área é decisiva, mas país ainda não consegue que empresas parceiras venham para seu território
Tecnologia e Ciência|Eugênio Goussinsky, do R7*
O grande investimento de Israel na área acadêmica levou o país a se tornar referência na área da tecnologia. Mas este processo enfrenta um obstáculo: a dificuldade em atrair parcerias para dentro do país na área de Ciências da Vida.
A afirmação é do cientista-chefe do Departamento de Inovação israelense, Ami Applebaum, que participou da Start Jerusalém 2018, evento que realizado entre 11 e 15 de novembro na cidade.
"O modelo de expansão das companhias israelenses é diferente na área de Ciências da Vida. Não é tão forte quanto nas outras, no sentido de atrair parceiros", afirmou Applebaum.
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O cientista-chefe diz que Israel conta com professores que são referências nesta área, mas é comum vê-los atuando fora do país. "O impacto desta área na economia não é o que almejamos e estamos trabalhando para mudar isso", comentou.
Da genética à ecologia
Os estudos em Ciências da Vida são essenciais para o desenvolvimento e manutenção de ecossistemas. Englobam genética, zoologia, botânica, imunobiologia e ecologia, entre outros.
A atuação do país neste setor e decisiva, mas Israel ainda não consegue parceiras para desenvolver em seu território a tecnologia comercializada com parceiros.
Grandes empresas de outros países, por exemplo, mantêm parceria para acelerar o crescimento de árvores com tecnologia israelense.
A ideia em Israel é fazer tais empresas manterem processos de desenvolvimento em Israel e não apenas levá-los para os países onde mantêm sede.
Nas outras áreas, porém, Applebaum acredita que o sistema israelense tem sido eficiente, principalmente por integrar vários segmentos da sociedade.
Integração entre diversos setores
A união entre universidades e governo é apenas um dos elementos que explicam este sucesso. Há outros pontos de integração governamental com setores como as startups, os fundos de investimento, as companhias de desenvolvimento e as multinacionais.
Até mesmo o Exército, segundo ele, estimula muitas descobertas tecnológicas por meio da necessidade de desenvolver sistemas de defesa. Essa rede tem, conforme diz Applebaum, o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas.
"Precisamos sempre trabalhar com a certeza e com o objetivo de que a alta tecnologia reduza as mazelas sociais e não as aumentem por restrições de acesso."
* O jornalista viaja a Israel a convite do Ministério das Relações Exteriores do país.