Caso Cabula: Inquérito aponta ação de legítima defesa de PMs com relação a 12 mortes em Salvador
Durante investigação, foram produzidos 59 laudos periciais e mais de 80 pessoas foram ouvidas
Bahia|Do R7

Na tarde desta sexta-feira (3), foi divulgado o resultado do inquérito policial, referente à ação da Polícia Militar realizada no Cabula, em seis de fevereiro deste ano. A conclusão do inquérito foi apresentada na sede da SSP (Secretaria da Segurança Pública), em Salvador. O fechamento da investigação aponta que os policiais militares da Rondesp (Rondas Especiais) agiram em legítima defesa. Na operação, ocorrida na localidade de Vila Moisés, as doze pessoas mortas são suspeitas de envolvimento com organizações criminosas, sendo duas vítimas atingidas pelos próprios comparsas.
De acordo com inquérito, produzido pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), os laudos cadavéricos não atestaram lesões típicas de tiro de encosto ou disparo à curta distância, o que não caracteriza lesões típicas de execução. Outro aspecto que reforça a conclusão de que não houve execução é a ação de socorro realizada pelos policiais militares aos feridos, que foram conduzidos para o Hospital Roberto Santos, a unidade de saúde mais próxima do local.
A perícia realizada pelo DPT (Departamento de Polícia Técnica) constatou ainda que os policias utilizaram 16% da munição que tinham, 143 disparos das 870 munições disponíveis. Também ficou registrado que foram efetuados 57 tiros das armas apreendidas sob posse dos suspeitos.
Durante a investigação, foram produzidos 59 laudos periciais e mais de 80 pessoas foram ouvidas, incluindo moradores da localidade. Por fim, a Polícia Civil chegou à conclusão de que a ocorrência foi um confronto, sem qualquer evidência de ação abusiva da PM.
Com base em uma investigação paralela, o MP-BA (Ministério Público da Bahia) encaminhou uma denúncia à Justiça,que foi aceita parcialmene. Além disso, na ocasião, foram pedidas as prisões preventivas dos nove policiais envolvidos.
Relembre o caso:Veja também: Doze pessoas morrem e três ficam feridas em troca de tiros com a polícia na Bahia Durante ação policial no dia 6 de fevereiro, em um terreno baldio localizado na Travessa Florestal, Vila Moisés, no bairro do Cabula, em Salvador, 12 pessoas morreram e um sargento da PM (Polícia Militar) foi ferido de raspão na cabeça. O MP-BA chegou a classificar a atuação da Rondesp como execução sumária, porém, a versão da PM é de que houve confronto quando cerca de 30 pessoas atiraram contra os policiais.
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