Brasil Advogado de Adélio diz que vizinho de cela mente para reduzir sua pena

Advogado de Adélio diz que vizinho de cela mente para reduzir sua pena

Marcos Mejía afirma que o iraniano inventou a informação à PF de que o servente de pedreiro recebeu promessa de pagamento por  facada 

  • Brasil | Marcos Rogério Lopes, do R7

Adélio ficou preocupado com aproximação do irianiano

Adélio ficou preocupado com aproximação do irianiano

Reprodução Youtube

O advogado Marcos Mejìa, da equipe de defesa de Adélio Bispo de Oliveira, diz que é falsa a informação divulgada nesta sexta-feira (1º) de que o autor da facada a Jair Bolsonaro teria recebido a promessa de ganhar R$ 500 mil para cometer o atentado. "Não tem verdade alguma. Calcar a investigação em cima de teorias como essas é muito perigoso."

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Mejìa conta que o iraniano Farhad Marvizi chegou a dizer a Adélio que faria de tudo para diminuir a pena e teria condição de subornar qualquer juiz. "Ele colou no cara que ganhou fama processual pela tentativa de homicídio do presidente, tentando levar alguma vantagem, mas é um falastrão", afirmou o advogado, que faz parte da equipe de Zanone Manuel de Oliveira Júnior.

A informação de que Adélio teria dito a Marvizi que recebeu a promessa de R$ 500 mil para matar Bolsonaro foi divulgada nesta sexta pela revista Crusoé. Segundo o veículo, o iraniano teria afirmado à Polícia Federal ainda que o servente de pedreiro faz parte de uma facção e revelou a ele o nome do mandante do atentado.

O presidente Bolsonaro anunciou no início deste mês que recebeu uma carta de um vizinho de cela de Adélio com informações sobre a facada. Marvizi seria o autor do texto e por isso foi ouvido por aproximadamente uma hora pelo delegado da Polícia Federal, Rodrigo Morais. Nessa conversa, o preso teria dito que só falaria tudo o que sabe se ganhasse o perdão presidencial. "Sequer me preocupei em acompanhar esse depoimento", conta Mejìa. 

De acordo com o defensor, Adélio sempre estranhou a insistência do vizinho de cela para se aproximar e ficou preocupado com o que o iraniano poderia fazer contra ele. "No momento em que começou a tomar comprimido [do tratamento psiquiátrico], passou a ter mais claro o limite do certo e do errado, passou a perceber quem é  de bem e quem é de mal."

Adélio ficou poucos dias em contato com Farhad Marvizi, apenas no período em que dividiram a ala de saúde da Penitenciária Federal de Campo Grande (MS). Segundo Mejìa, o iraniano tem mais de 120 anos de pena para cumprir e em seu histórico teria a prática de enganar as pessoas. "Acho muito estranho colocar essa investigação tendo por base esse cidadão. Tem que ser ouvido porque ele mandou uma carta [ao presidente Bolsonaro], mas usá-lo como paradigma vai prejudicar toda a intenção de se buscar a Justiça nesse caso", opinou. 

Zanone também conversou com o R7 e declarou que os presídios estão lotados de pessoas que gostariam de passar informações assim, buscando algum proveito futuro. "Isso é preso desesperado com a condenação. Sistema está cheio desse tipo."

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