Ano foi marcado por operações envolvendo fraudes bilionárias

Operações Lava Jato e Zelotes apuraram desvios que somam a casa dos bilhões de reais

21/12/2015 - 09h20 (Atualizado em 20/04/2024 - 18h34)

O ano de 2015 foi mais um marcado pela descoberta de esquemas de corrupção que se arrastavam há anos em órgãos públicos. Na Operação Lava Jato, diversos “peixes grandes” foram presos ou tiveram bens apreendidos. Na Operação Zelotes, um esquema de corrupção envolvendo a sonegação fiscal para o pagamento do Imposto de Renda apontou uma série de empresas e escritórios de advocacia envolvidos em fraudes bilionárias.

Ainda é possível destacar a nova CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras, que também foi instalada no Congresso, apenas dois meses de outras duas terem sido encerradas na Casa.

Contratos envolvendo a Petrobras continuaram sendo os maiores alvos dos investigadores da PF (Polícia Federal) e dos promotores do MPF (Ministério Público Federal). Notícias e investigações foram combustíveis para diversas operações policias, totalizando 14 etapas da Lava Jato apenas neste ano.

Capa da Galeria Lava Jato e Zelotes deixaram “peixes grandes” na mira da Justiça

Por um lado, há a
continuidade da Operação Lava Jato, que apura fraudes na Petrobras. Do outro
lado, o início da Operação Zelotes, que apura fraudes envolvendo esquema de
corrupção com multas do Imposto de Renda. Veja nas imagens a seguir as
principais investigações da PF em 2015

14 de janeiro — 8ª fase da Operação Lava
Jato: Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras, é
preso ao retornar ao Brasil de uma viagem a Londres (Inglaterra). É a primeira
operação da PF (Polícia Federal) na Lava Jato após dois meses sem prisões

Sétima fase: Juízo Final

Renato Duque, ex-diretor de
Serviços da Petrobras, é preso. Além dele, outros 17 executivos de grandes
empreiteiras foram para a cadeia.

Nesta fase, a Justiça decretou
o bloqueio de aproximadamente R$ 720 milhões em bens pertencentes a 36
investigados.

Saldo:
27 prisões, 9 conduções coercitivas e 49 mandados de buscas e apreensão

26 de fevereiro — CPI da Petrobras: Câmara
dos Deputados instala uma nova CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para
investigar os desvios da Petrobras. É a terceira em menos de um ano no
Congresso

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou
ao STF (Supremo Tribunal Federal) 83 pedidos de abertura de inquérito contra políticos
com foro privilegiado. Os pedidos, realizados a partir dos acordos de
colaboração premiada firmados com 77 executivos e ex-executivos das empresas
Odebrecht e Braskem, trazem
o nome dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, além do
senador tucano Aécio Neves (MG). Se a maioria dos pedidos for aceita
pela Corte e o julgamento seguir a média de tempo do Supremo, os julgamentos
dos casos só aconteceriam no final de 2022

12 de março — Nova lista de Janot: Rodrigo
Janot entrega ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) uma nova lista contendo o
nome de outros quatro políticos

O doleiro Alberto Youssef, um dos delatores que abriram
caminho para as revelações da Operação Lava Jato, recebeu
o benefício de cumprir o restante da pena em prisão domiciliar, com o
uso de tornozeleira eletrônica. Youssef vai morar em um apartamento com pouco
mais de 50 metros quadrados no bairro Vila Nova Conceição, com vista para o
Parque do Ibirapuera

10 de abril — 11ª fase da Lava Jato:
Ex-deputados André Vargas (foto), Luiz Argôlo e Pedro Corrêa são presos na Operação A Origem

15 de abril — 12ª fase da Lava Jato: José
Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, é preso acusado de participar de esquema de
caixa dois para o partido

21 de maio — 13ª fase da Lava Jato: Milton
Pascowitch, considerado o operador da Engevix nos desvios da Petrobras, é preso

Na cadeia desde 19 de junho, os presidentes da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht (foto), e da Andrade Gutierrez, Otávio de Azevedo, foram denunciados pelo MPF (Ministério Público Federal) do Paraná, no caso de desvio de dinheiro da Petrobras. Se a Justiça aceitar o pedido, os executivos e outros 20 envolvidos também denunciados vão responder por organização criminosa, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro

2 de julho — 15ª fase da Lava Jato: Batizada
de Conexão Mônaco, fase da operação da PF prende Jorge Zelada, ex-diretor da
área Internacional da Petrobras

Residência do senador Fernando Collor (PTB-AL), a Casa da Dinda foi um dos alvos da Operação Politeia, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, na manhã desta terça-feira (14)

Jorge Zelada ex-diretor da área internacional da Petrobras CPI estatal Jorge Luiz Zelada

3 de agosto — 17ª fase da Lava Jato: Operação
Pixuleco prende o ex-ministro José Dirceu e seu irmão Luiz Eduardo Silva

Othon Luiz Pinheiro da Silva presidente da Eletronuclear

21 de setembro — 19ª fase da Lava Jato:
Batizada de Nessum Dorma, operação da PF prende um dos donos da Engevix, o executivo
José Antunes Sobrinho
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PF prende um dos donos da Engevix na 19ª fase da Lava Jato

8 de outubro — 3ª fase da Zelotes: Policiais
realizam buscas em escritórios de advocacia e endereços residenciais
relacionados a um conselheiro do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais)

Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e investigado na Operação Zelotes, é suspeito de ter recebido dinheiro não só do suposto esquema de compra de MPs (Medidas Provisórias), mas também do negócio que selou a compra de 36 aviões-caça da empresa sueca Saab para a FAB (Força Aérea Brasileira). A notícia é do jornal O Estado de S.Paulo e foi publicada na sexta-feira (22)

16 de novembro — 20ª fase da Lava Jato:
Operação Corrosão mantém o foco sobre a compra da refinaria de Pasadena, no
Texas (EUA)

24 de novembro — 21ª fase da Lava Jato:
Operação Passe Livre prende o pecuarista José Carlos Bumlai, acusado de fraude
no contrato do navio-sonda Vitória 10.000

24 de novembro — 5ª fase da Zelotes: Polícia
prende suspeito de investigar ilegalmente um procurador que atua na
força-tarefa da Zelotes
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PF deflagra nova fase da Operação Zelotes

O ano de 2015 foi marcado por grandes operações da PF (Polícia Federal) e da descoberta de novos esquemas bilionários de desvios de dinheiro no País.