Após suposta ameaça a Lira, Braga Netto é acusado de golpismo
Vice da Câmara comentou reportagem que diz que ministro da Defesa afirmou que, sem voto impresso, não haveria eleição
Brasil|Do R7
O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), atacou o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, nesta quinta-feira (22), após a revelação de que o general teria ameaçado o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), de não haver eleição em 2022 caso não fosse aprovado o voto impresso. A informação foi divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo,
O vice da Câmara, que nesta semana se declarou oposição a Bolsonaro, afirmou que, "numa democracia, quem decide se tem ou não eleição não são os militares e sim a Constituição, que eles juraram defender e cumprir".
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"Se realmente houve o episódio o ministro da Defesa se afasta do seu juramento militar e envereda por um golpismo que precisa ser combatido duramente pela sociedade, pelos Poderes e pelas instituições democráticas", acrescentou o deputado amazonense.
De acordo com o jornal, a mensagem de Braga Netto a Lira sido repassada por meio de um interlocutor do ministro em reunião com o presidente da Câmara no dia 8 de julho, mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro repetiu a ameaça se o voto impresso não fosse aprovado. “Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições”, declarou o presidente.
Segundo a reportagem, "Lira considerou o recado dado por Braga Netto como uma ameaça de golpe e procurou Bolsonaro". Os dois teriam tido uma longa conversa no Palácio da Alvorada, na qual o deputado teria dito ao presidente "que não contasse com ele para qualquer ato de ruptura institucional".
Marcelo Ramos cita esse momento em sua declaração. "A notícia de que o presidente Arthur Lira foi claro ao presidente Bolsonaro se postando ao lado da democracia e da Constituição é uma questão importante", afirmou.
O jornal diz que Bolsonaro respondeu que nunca havia defendido um golpe e que respeitava a Constituição. Lira teria rebatido dizendo "que o emissário havia sido muito claro ao dar o alerta e avisou o presidente de que a Câmara não embarcaria em nada que significasse rompimento com a democracia".