Bolsonaro admite sentir 'dor' com privatizações, mas defende vendas
Presidente disse que a medida é necessária para inibir a presença de "socialistas" nas empresas estatais
Brasil|Do R7, com Agência Estado
O presidente Jair Bolsonaro confessou que sente "dor no coração" ao realizar privatizações, mas justificou a medida pelo que chamou de presença de "socialistas" em empresas estatais. "Nós temos que acabar com o que para eles, da esquerda sempre foi ninho de rato. São os parasitas, bernes e carrapatos", disse a apoiadores nesta quinta-feira (1º), na chegada do Palácio da Alvorada.
Entre as empresas, Bolsonaro destacou a privatização da Eletrobras, cuja proposta de capitalização foi aprovada pelo Congresso em junho. Segundo o presidente, o processo é um passo em direção ao "livre mercado".
Bolsonaro destacou experiências de controle estatal em outros países, como a Argentina, que proibiu a exportação de carne, como exemplos negativos de interferência. "Não é dessa forma que resolve as questões macromacroeconômicas. São experiências que tivemos no passado com os mais variados planos econômicos, que não deram certo. Tem que ser o livre mercado", disse.
"Vale tudo"
Após a decisão do ministro Alexandre de Moraes de abrir inquérito contra dois de seus filhos por suspeita de divulgação de notícias falsas, Bolsonaro ameaçou partir para o "vale tudo".
"Abriram inquérito especial para meus dois filhos hoje, o mais velho (senador Flávio Bolsonaro) e o 02 (vereador Carlos Bolsonaro)sobre fake news. Se jogarem fora das quatro linhas da Constituição, entramos no vale-tudo no Brasil. E no vale-tudo vale tudo", disse na conversa com apoiadores.
Segundo o presidente, "esse negócio de prender esposa, irmãos e filhos é da ditadura". Sem citar nomes, afirmou ser alvo de pessoas que "teimam em achar que tem super poderes". "O outro lado está sendo desmamado."
Durante a conversa, Bolsonaro voltou a criticar o voto eletrônico e a aventar a possibilidade de fraudes no País, ainda que não tenha apresentado provas. Ele afirmou que pretende apresentar evidências de irregularidades nas eleições presidenciais de 2014 e 2018. "Eu me elegi porque tive muitos votos", justificou.