Bolsonaro nunca pediu informações de inquéritos, diz ex-diretor da PF
Maurício Valeixo também falou sobre demandas do presidente em relação a inquéritos e investigações em curso feitas pela Polícia Federal
Brasil|Márcio Neves, do R7
O delegado Maurício Valeixo, ex-diretor-geral da Polícia Federal, afirmou, durante o depoimento prestado nesta segunda-feira (11), que o presidente Jair Bolsonaro nunca solicitou informações de inquéritos.
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Valeixo afirmou que desde agosto de 2019 passou a acompanhar Sérgio Moro em audiências semanais com o presidente da República, em que normalmente tratavam de "ameaças contra o presidente das redes sociais e outros assuntos relacionados ao Ministério da Justiça".
Confira a íntegra do depoimento de Maurício Valeixo à Polícia Federal
O depoimento de Maurício Valeixo durou cerca de 6 horas em que ele também comentou sobre questionamentos ou pedidos de Bolsonaro sobre o inquérito das fake news, a morte do miliciano Adriano Nóbrega, as investigações sobre as declarações de um porteiro do condomínio do presidente no caso Marielle, e eventuais obstruções no curso do assassinato da vereadora.
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No depoimento, Valeixo também relatou sobre a primeira mudança feita na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, e que chegou a conversar com o nome indicado por Bolsonaro, o então superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Silva Saraiva, sobre esse pedido do presidente.
O ex-diretor-geral também frisou em suas declarações para a Polícia Federal que após o episódio da troca do superintendente no Rio de Janeiro, sentiu-se desgastado no comando da PF e comunicou a Moro que tinha intenção de sair do cargo. Em determinado momento, Valeixo afirma ainda que chegou a informar os Superintendentes da PF, por meio de videoconferência, a existência desse desgaste.
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Outros depoimentos
Além de Maurício Valeixo, ex-diretor-geral da PF, foram ouvidos besta segunda-feira (11) Ricardo Saadi, que foi superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, d e Alexandre Ramagem, diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), e que teve sua nomeação como diretor-geral da PF derrubada por uma decisão monocrática do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
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Amanhã, por volta das 15h, os ministros citados como testemunha das supostas interferências de Bolsonaro devem prestar depoimento no Palácio do Planalto. Devem ser ouvidos o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo; o general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional; e Walter Braga Netto, da Casa Civil.
Já na quarta-feira (13), é a vez da deputada federal Carla Zambelli ser ouvida na parte da tarde, na sede da Polícia Federal em Brasília.
Além disso, outras duas pessoas, ainda não reveladas, devem prestar depoimento na quinta-feira (14), na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.