Bolsonaro vê 'pouca gente' em protestos e critica Lula
Presidente falou pela primeira vez sobre os atos contra seu governo ocorridos no último sábado em várias cidades do país
Brasil|Do R7
A exemplo do seu vice, Hamilton Mourão, o presidente da República, Jair Bolsonaro, ironizou os protestos do último fim de semana contra o governo e aproveitou para criticar o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, seu virtual candidato às eleições de 2022. Foi a primeira vez que o chefe do executivo federal se manifestou desde os atos ocorridos no último sábado (29).
"Sabe porque teve pouca gente nessa manifestação da esquerda? Porque a PF e a PRF estão apreendendo muita maconha pelo Brasil. Faltou erva para o movimento aí", afirmou, aos risos, em seu tradicional encontro matutino com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.
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Ao responder uma criança que afirmou preferi-lo do que a Lula, Bolsonaro classificou Lula de ladrão. "Esse cara (Lula) queria roubar o teu futuro, garoto. E o dinheiro do teu pai."
O presidente aproveitou para responder o discurso do advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que ao discursar em carro de som em Brasília, chamou Bolsonaro de "fascista" e "responsável pela morte de mais de 450 mil pessoas". Kakay, que é ligado a partidos de esquerda, pediu impeachment e cadeia ao presidente.
"Nessa manifestação do PT, o Kakay estava falando contra mim. Sinal que estamos no caminho certo", afirmou Bolsonaro.
Mais cedo, o vice-presidente, Hamilton Mourão, também ironizou os protestos. Para o general da reserva, os atos tiveram como pano de fundo a oposição à administração Jair Bolsonaro e causaram aglomeração. "A gente sabe que tem oposição. Tem um núcleo duro aí que não gosta do nosso governo. Agora, foi aglomeração, né? Tem aglomeração do bem agora? Não tem", criticou "Mourão. Distanciamento nenhum ali."
Os atos foram vistos em pelo menos 17 capitais e outras cidades do país. Entre outros motivos, os manifestantes foram às ruas contra o governo federal para pedir a prorrogação do auxílio emergencial e uma aceleração na vacinação contra a covid-19.