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Brasil lidera assassinatos de pessoas trans no mundo

De 1º de outubro de 2015 a 30 de setembro de 2016 foram 123 mortes no país

Brasil|Peu Araújo, do R7


Protesto contra a transfobia realizado neste domingo (29) na praia de Copacabana
Protesto contra a transfobia realizado neste domingo (29) na praia de Copacabana

A Rede Trans Brasil disponibilizou nesta segunda-feira (30) um dossiê traçando um raio-x das travestis, transexuais e transgêneros no país. Batizado de “A Geografia dos Corpos das Pessoas Trans”, o relatório traz informações muito importantes sobre a transfobia e os alto índices de violência. De acordo com pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2013, a expectativa de vida desse grupo social não passa dos 35 anos, menos da metade da média nacional de 74,9 anos da população em geral.

Uma das revelações mais impactantes é sobre a quantidade de pessoas trans assassinadas no Brasil. Em 2016 foram 144 mortes.

O relatório, que não faz diferenciação entre travesti e transexual, revela ainda que entre o dia 1º de outubro de 2015 e 30 de setembro de 2016 foram 123 mortes no Brasil. Em segundo lugar está o México com 52 homicídios, 42% da média brasileira. Os Estados Unidos aparecem em terceiro lugar com 23 casos. Os dados são apresentados pela Rede Trans Brasil com dados da TGEU (Transgender Europe).

Em outro gráfico, o estudo revela que 1768 pessoas trans foram assassinadas na América Central e do Sul entre 1º de janeiro de 2008 a 30 de setembro de 2016. A Ásia aparece em segundo lugar com apenas 202 homicídios. O continente com menos casos registrados nestes oito anos e meio é a Oceania com apenas 5. Das mortes nas Américas, o Brasil apresenta também o maior número. Foram 900 falecimentos no período.

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“Não é fácil a gente se deparar com esses casos e receber as fotos da vítima. Um assassinato de travesti nunca é com um tiro e pronto. É com vários tiros, com o genital queimado, com várias facadas... É um crime de ódio mesmo”, explica Euclides Cabral, um dos autores do relatório. O relatório revela que a causa de morte mais comum a pessoas trans são as armas de fogo, com 66 dos 144 casos registrados em 2016. Em segundo lugar estão as armas brancas, com 31 casos e pauladas aparecem em terceiro lugar com 9 homicídios. É importante notar que muitos casos são adotados mais de um tipo de arma ou de agressão. 74 homicídios foram registrados em via pública.

O estudo aponta ainda que a maioria dos casos acontece no Estado de São Paulo, com 18 assassinatos. O Rio de Janeiro aparece com 13 mortes e o Rio Grande do Sul em terceiro com 12. Três pessoas trans brasileiras foram mortas fora do país. Apesar dos altos índices em São Paulo e Rio de Janeiro, o Nordeste surge com a região mais perigosa com 46 homicídios.

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94% das vítimas estão solteiras. 50,6 são profissionais do sexo e em 24 homicídios o assassino era cliente da pessoa trans. Neste gráfico há uma informação importante. Dos 144 homicídios de 2016, a relação da vítima com o agressor foi ignorada 95 vezes.

O portal R7 foi citado no relatório como bom exemplo. “A notícia se refere à Larissa que foi baleada no meio da rua na região central de São Paulo, e publicada pelo Portal R7, enquanto uma mulher trans, uma das poucas matérias veiculadas que respeitaram o gênero feminino da vitima e sua identidade de gênero”. A reportagem de Caroline Apple, aborda o assassinato de Larissa, uma mulher trans baleada no centro da capital paulista.

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