Brasil trabalha parceria com Israel para controle das fronteiras
Segundo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, país tem tecnologia para monitoramento com drones, que podem ajudar na Defesa e Inteligência
Brasil|Eugenio Goussinsky, do R7, no Rio de Janeiro
O governo de Israel tem visto o Brasil como um dos mercados mais atraentes nas áreas de Defesa, segurança e Inteligência.
Pelas palavras do próprio primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o país tem feito esforços para desenvolver e comercializar tecnologias que ajudem no monitoramento de fronteiras.
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No caso do Brasil, a Tríplice Fronteira tem se tornado uma preocupação de Israel. Há a suspeita de que células radicais islâmicas atuem na divisa entre Brasil, Argentina e Paraguai.
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Netanyahu afirmou que a proteção de fronteiras, no controle de armas e drogas que eventualmente entrem no país, é um dos pontos que podem ajudar a sustentar a parceria entre os dois países.
"Temos delegações realizando conversas em várias áreas e a proteção das fronteiras é uma delas. Temos como ajudar o Brasil a controlar a movimentação de suas fronteiras, com tecnologias como o desenvolvimento de drones e de Inteligência."
Na área de Segurança, o governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, revelou que está trabalhando para utilizar a parceria com Israel na busca de soluções para a criminalidade no Estado.
"Sou o primeiro a apoiar acordos do Brasil com Israel nesta área. É fundamental trocarmos experiências comuns pelas quais temos passados. Há no Rio estruturas com organizações semelhantes às que praticam terrorismo. E precisamos de parcerias para saber lidar com esse tipo de organização criminosa."
No início de dezembro último, Witzel viajou a Israel, onde conheceu tecnologias de combate à criminalidade que podem ser implantadas em seu governo. Uma delas é em relação aos drones citados por Netanyahu.
O governo israelense também vê com interesse a cooperação entre os governos em campos estratégicos como espaço, inteligência ou cybersegurança. Até mesmo as empresas de defesa de Israel, que atuam junto ao Exército, buscam transferir tecnologias para outros países.
Nos últimos anos, os países já vêm desenvolvendo parcerias nesta área de defesa que visam a aprimorar a logística das Forças Armadas brasileiras.
Uma única empresa de segurança israelense, por exemplo, tem participação em duas EEDs (Empresas Estratégicas de Defesa) no Brasil. Há o desejo, por parte de Israel, de ampliar ainda mais essa relação, o que daria ao país mais influência na região.
A partir do próximo governo brasileiro, porém, Netanyahu acredita que os negócios ganharão mais intensidade, com o fornecimento de equipamentos para defesa cibernética, satélites, drones, equipamentos de proteção de fronteiras, mísseis e proteção de infraestruturas essenciais.