Caso Alstom é reaberto a pedido das autoridades suíças
Processo estava parado há quase três anos esperando parecer do MP, segundo jornal
Brasil|Do R7
O Ministério Público Federal reabriu nesta sexta-feira (1º) as investigações sobre o caso Alstom, um suposto esquema de pagamento de propina pago pela multinacional a funcionários dos governos de São Paulo para obter vantagens na exploração de serviços da CPTM.
O processo do escândalo dos trens estava parado há quase três anos, esperando informações da Justiça brasileira solicitadas pelo governo da Suíça, em 2011. Segundo reportagens do jornal Folha de S. Paulo, o processo ficou parado porque, segundo o procurador da República em São Paulo Rodrigo de Grandis, o pedido da Suíça foi guardado por engano em uma pasta de arquivo e ficou esquecido desde então.
De acordo com informações do jornal, o DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional) do Ministério da Justiça cobrou Grandis que respondesse ao pedido pelo menos três vezes.
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O governo suíço solicitou ao Ministério Público brasileiro que interrogasse quatro suspeitos e fizesse buscas na casa de um deles, o ex-diretor da estatal CPTM João Roberto Zaniboni, acusado de receber propina da Alstom entre 1999 e 2002, durante os governos de Mário Covas e Geraldo Alckmin, do PSDB. Além disso, as autoridades suíças pediram o envio de relatórios da polícia e laudos produzidos no Brasil sobre a movimentação financeira dos quatro suspeitos.
Os procedimentos vão começar assim que um novo procurador for indicado para intermediar a cooperação entre os dois países.
Procuradoria responde
A Procuradoria-Geral da República informou, por meio de nota, que foi detectado um erro de procedimento. O requerimento vindo da Suíça deveria ter passado por um órgão da instituição que acompanha a colaboração com outros países.
Segundo a assessoria de imprensa da instituição, para que o erro não se repita, o procurador-geral Rodrigo Janot determinou que seja feito um levantamento sobre todos os pedidos de cooperação que saíram do DRCI para a Procuradoria e sejam criadas normas internas para o trâmite dos pedidos.
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Grandis já responde a dois processos por conta do caso Alstom, um na corregedoria interna da Procuradoria e o outro pela corregedoria do Conselho Nacional do Ministério Público. Se considerado culpado, ele pode até perder o cargo.
Segundo a assessoria da Procuradoria da República, o procurador Rodrigo de Grandis está "à disposição" das autoridades para esclarecer a demora no atendimento ao pedido de colaboração feito por autoridades suíças que atuam no caso Alstom.