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Cesare Battisti é detido na fronteira do Brasil com a Bolívia

Ex-ativista italiano estaria fugindo por temer extradição à Europa

Brasil|Da Ansa e Estadão Conteúdo, com R7

Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália
Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália

O ex-ativista italiano Cesare Battisti foi detido por agentes da PF (Polícia Federal) da PRF (Polícia Rodoviária Federal), nesta quarta-feira (4), na fronteira do Brasil com a Bolívia, na cidade de Corumbá, no Mato Grosso do Sul.

A PF informou que Battisti não está preso. "Agentes da Delegacia de Corumbá estão averiguando a situação em que Battisti se encontrava na região de fronteira", informou a PF.

Battisti está "prestando esclarecimentos relativos ao crime de evasão de divisas", segundo a PRF e a PF (leia nota na íntegra abaixo).

Segundo as autoridades brasileiras, o italiano iria tentar se refugiar na Bolívia uma vez que o governo italiano pediu ao Brasil que anule seu refúgio no País.

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Em 27 de setembro, os advogados de Cesare Battisti entraram com um habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) para barrar a possibilidade de extradição, deportação ou expulsão pelo presidente da República. O relator é o ministro Luiz Fux. 

Em 2010, depois de o Supremo autorizar a extradição e ressalvar que o deferimento não vincula o Poder Executivo, o então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no último dia de seu mandato, assinou decreto no qual negou ao governo italiano o pedido de extradição do ex-ativista.

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Em 2011, o Supremo arquivou uma Reclamação ajuizada pelo governo da Itália contra o ato de Lula e determinou a soltura do italiano.

A defesa de Battisti sustenta que, desde então, houve "várias tentativas ilegais" de remetê-lo para o exterior por meio de outros mecanismos, como a expulsão e a deportação. Desde 2016, com a entrada de Michel Temer na Presidência, os advogados afirmam que há notícias de que o governo italiano pretende intensificar as pressões sobre o governo brasileiro para obter a extradição.

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O alegado risco levou à impetração do HC 136898, que teve seguimento negado. Naquele habeas corpus, o ministro Luiz Fux entendeu que não havia ato concreto de ameaça ou restrição ilegal do direito de locomoção que justificasse a concessão da ordem.

No novo HC, a defesa argumenta que, segundo notícias veiculadas recentemente, há um procedimento sigiloso em curso visando à revisão do ato presidencial que negou a extradição em 2010.

Os advogados também informam que Battisti tem solicitado certidões e informações ao Ministério Público Federal, Ministério da Justiça, Ministério das Relações Exteriores e Casa Civil a fim de obter cópias de procedimentos sobre ele, mas até o momento nenhuma informação foi prestada. Outro argumento é a existência de ação civil pública pela qual o Ministério Público pretende a declaração da nulidade do ato que concedeu visto de permanência a Battisti, e, consequentemente, sua deportação.

O juízo da 20ª Vara Federal do Distrito Federal julgou procedente a ação e determinou a imediata prisão administrativa do italiano, mas a ordem foi suspensa liminarmente pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Finalmente, alegam que Battisti casou-se com uma brasileira e tem um filho que depende econômica e afetivamente dele, o que impede a sua expulsão.

Apontando risco iminente e irreversível, a defesa pede a concessão de liminar para barrar eventual extradição, deportação ou expulsão a ser levada a efeito pelo presidente da República. No mérito, pede-se a confirmação da liminar ou a conversão do HC em reclamação a fim de preservar a autoridade de decisão do STF que reconheceu que a negativa de extradição é insindicável pelo Poder Judiciário (RCL 11423), determinando-se assim o trancamento da ação civil pública.

Battisti foi condenado à prisão perpétua no país europeu pelo assassinato de quatro pessoas na década de 1970. Ele fugiu para o Brasil e foi preso em 2007.

Leia a nota oficial da PF e da PRF:

"A Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal informam que, nesta tarde, 04/10, o estrangeiro CESARE BATISTI foi encaminhado à Delegacia de Polícia Federal em Corumbá/MS, onde está prestando esclarecimentos relativos ao crime de evasão de divisas.

Na tarde de hoje, policiais rodoviários federais abordaram um veículo particular onde se encontrava o estrangeiro. Durante a abordagem foi identificado que Cesare Batisti, juntamente com 2 outros passageiros, portavam uma quantia significativa em moeda estrangeira.

Por se tratar de região de fronteira, os policiais rodoviários federais comunicaram a Polícia Federal, que realizou o acompanhamento do referido veículo até a divisa entre os dois países. O estrangeiro foi detido no momento em que tentava sair do Brasil em um taxi boliviano.

O crime de evasão de divisas se configura quando uma pessoa envia valores para o exterior sem a devida declaração a autoridade competente."

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