Covid-19: internações em Manaus aumentaram 72% em 14 dias
Estado do Amazonas vive momento de escalada da doença, com taxa de ocupação, tanto em leitos clínicos, como UTIs, de 90%
Brasil|Do R7
O Estado do Amazonas vive uma escalada no número de casos e óbitos por conta da pandemia da covid-19. Segundo o médico Daniel Barros, chefe da sala de situação de saúde do Amazonas, nos últimos 14 dias, Manaus viu o número de pacientes internados pela covid-19 aumentar em 72%. No interior, aumento foi de 18%.
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"Cerca de 10% desses casos precisam de internações em hospitais, gerando o que a gente chama de SRAG (síndrome respiratória aguda grave). Já são mais de 22 mil casos da doença desde início da pandemia, mas a gente não tem referencial quando a gente fala desses números. Então trazendo aqui para vocês, em 2019, nós tivemos um ano epidêmico de SRAG, com taxas elevadas de ocupação hospitalar, mas nós só registramos 1.200 casos da doença", comparou Barros.
Isso significa que o número de casos de SRAG, que é uma consequência da covid-19 em casos graves, aumentou em 22 vezes. Barros ainda explica que, desses casos mais graves da doença, cerca de 2% levam a óbito. "É uma taxa de letalidade muito similar a nacional", pontua.
O chefe da sala de situação de sáude também trouxe o registro de que o Estado do Amazonas tem a segunda maior taxa de transmissão do Brasil, de 1,15. Isso significa que, a cada 100 casos da doença, em sete dias, serão contaminadas outras 115 pessoas. "Ou seja, a gente está em uma nova fase de expansão da doença", analisa Barros. A taxa de ocupação, tanto em leitos clínicos como UTIs, está em mais de 90%.
Aglomerações de fim de ano
O médico ainda explica que a escalada no número de casos não é consequência direta das festas de Natal e Ano Novo, que causaram grandes aglomerações em bares, festas e praias, apesar do país já viver um período de nova expansão da covid-19.
"Esse aumento se deu a partir do dia 28 de dezembro, mas ainda não deve ser considerado fruto do Natal e do Ano Novo, é muito recente ainda. Infelizmente, a gente ainda vai colher os frutos do que aconteceu nas festas de fim de ano", analisa.