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CPI da Covid cobra gastos de estados via tribunais de contas

Governistas apelam aos órgãos estaduais e municipais para checar aplicação de recursos. Bolsonaro elogia Pazuello no ministério

Brasil|Do R7, com Estadão Conteúdo e Reuters

CPI da Covid retoma os trabalhos na próxima terça, com ex-chanceler Ernesto Araújo
CPI da Covid retoma os trabalhos na próxima terça, com ex-chanceler Ernesto Araújo CPI da Covid retoma os trabalhos na próxima terça, com ex-chanceler Ernesto Araújo

Depois de mais uma semana de interrogatórios de representantes do governo e do presidente da Pfizer para a América Latina, a CPI da Covid volta aos trabalhos apenas na próxima terça-feira (18) com a presença do ex-chanceler Ernesto Araújo. Enquanto isso, senadores governistas miram os gastos de governadores e prefeitos na pandemia, por meio de apelos aos tribunais de contas, e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ataca o trabalho da comissão.

Em menor número na CPI, os senadores governistas têm trabalhado para tentar respaldar ações de Bolsonaro na gestão pandemia e desviar a responsabilidade por possíveis omissões no enfrentamento da crise sanitária. Uma das empreitadas foi a disparada de ofícios aos Tribunais de Contas dos Estados, dos Municípios e da União solicitando dados sobre investigações de gastos relacionados ao enfrentamento do coronavírus.

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De autoria do senador Ciro Nogueira (PP-PI), o requerimento foi aprovado no final de abril. Na justificativa, ele afirma que as informações prestadas vão ajudar a acelerar o processo investigativo. "Evitará que sejam duplicados esforços no sentido de se iniciarem investigações que já estão em curso, favorecendo, assim, a eficiência, tanto das Cortes de Contas quanto da própria CPI", escreveu.

O ofício pede a cópia integral de todas as investigações, em qualquer fase, bem como de todos os relatórios de auditorias e inspeções sobre recursos federais repassados aos Estados, Distrito Federal e municípios de até 200 mil habitantes para o combate da covid-19, além dos bancos de dados criados eventualmente criados pelos por órgãos policiais.

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Alguns tribunais precisaram pedir mais prazo para levantar todas as informações. Os requerimentos às Cortes de Contas fazem parte de um movimento mais amplo para apurar o uso feito por gestores locais dos recursos federais na pandemia, tirando o foco do Planalto.

Governadores e prefeitos também foram cobrados a apresentar todas as notas fiscais e de empenho e extratos e ordens bancárias relacionadas a compras e contratações para enfrentamento da crise sanitária, com ou sem licitação.

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Em outra frente, as Diretorias Gerias das Polícias Civil e Federal, as Procuradorias Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, o Ministério Público Federal e a Controladoria Geral da União (CGU) foram acionadas para que compartilhem toda a documentação de inquéritos ou investigações, em qualquer fase, sobre a aplicação dos recursos federais.

Elogio a Pazuello e CPI como “palanque”

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Na live semanal pelas redes sociais da última quinta-feira, o presidente disparou contra os trabalhos da CPI e disse que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, um dos principais alvos da comissão de inquérito, "acertou em tudo" no enfrentamento à pandemia.

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Na transmissão, Bolsonaro chamou a CPI de "palanque" e disse que o depoimento do ex-presidente da Pfizer do Brasil Carlos Murillo acabou com a narrativa de que era possível começar a vacinação com imunizante ainda no ano passado.

O executivo confirmou na CPI que a Pfizer tentou oferecer ao Brasil desde agosto do ano passado contrato para fornecimento de imunizantes ao país já em dezembro de 2020, mas a oferta ficou sem resposta por cerca de dois meses.

Bolsonaro tem alegado que haveria entraves a serem superados, como aval da Anvisa e impasse burocráticos e legais, que impediram a compra da vacina da Pfizer. No entanto, outros imunizantes foram negociados pelo governo este ano mesmo sem aprovação da Anvisa.

"Acabou a narrativa, não podíamos vacinar ano passado, era um contrato que tinha muita incerteza jurídica, além da incerteza sanitária, isso aí começou com o Pazuello e praticamente acabou com ele [a aquisição da vacina]", disse. "Fizemos a coisa certa, Pazuello acertou em tudo o que fez ano passado, está tudo esclarecido", acrescentou.

Renan Calheiros foi alvo de Bolsonaro: 'Vagabundo'
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Apesar da fala do presidente, o Brasil só teve acesso a vacinas do laboratório recentemente, tendo fechado acordo somente em março.

Os comentários do presidente sobre Pazuello e os trabalhos da CPI ocorrem no dia em que a AGU (Advocacia-Geral da União) entrou com um habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) para garantir o direito de o ex-ministro permanecer em silêncio e não ser preso no depoimento que vai prestar à comissão na próxima quarta-feira (19).

Ontem, em visita a Alagoas, estado do relator da CPI, Renan Calheiros (MDB), Bolsonaro chamou o senador de "vagabundo", mesmo xingamento usado na véspera pelo filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), durante depoimento do ex-secretário da Presidência Fábio Wajngarten.

Na live, Bolsonaro disse que Renan precisa fazer as pazes com o eleitor de Alagoas porque está "meio queimado lá". Ele afirmou ainda que a CPI está ajudando politicamente o governo.

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