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Cúpula da CPI da Covid cobra de Pacheco prorrogação da comissão

Omar Aziz e Renan Calheiros dizem que investigações estão sendo bem sucedidas e se mostram contrários a recesso parlamentar

Brasil|Do R7, com Agência Senado

Aziz (E) e Renan cobram decisão de Pacheco
Aziz (E) e Renan cobram decisão de Pacheco

Os senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL), presidente e relator da CPI da Covid, cobraram na quarta-feira (30) que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, confirme a prorrogação dos trabalhos da comissão. Um requerimento nesse sentido já foi apresentado, com 34 assinaturas — sete a mais do que o necessário —, mas Pacheco não emitiu a decisão.

Além disso, Omar e Renan também defenderam que o Senado não entre em recesso parlamentar, o que forçaria a interrupção das atividades da comissão. O Congresso Nacional só pode iniciar o recesso depois de aprovar a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para o ano seguinte, mas a de 2022 ainda não foi votada.

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Se não for prorrogada, a CPI poderá funcionar no máximo até o dia 7 de agosto, caso o Senado entre em recesso — ou até a última semana de julho, caso ele não ocorra. Na sessão deliberativa da terça-feira (29), Pacheco recebeu o requerimento de prorrogação, mas não procedeu à leitura, explicando que a questão deve ser analisada no fim do prazo original.

Para Renan, a ausência de garantias pelo presidente Rodrigo Pacheco de que a CPI poderá seguir se reunindo é “muito grave”, especialmente no momento em que os senadores começam a investigar denúncias de corrupção contra o governo federal.


"O presidente do Senado quer paralisar os trabalhos da CPI. Ele não tem esse poder. Em nome de quem nós vamos fazer isso? A sociedade não pode aceitar e eu não aceito. Sobretudo com o argumento de um recesso que não é recesso. É por acordo, e não haverá conosco acordo para paralisar a CPI."

Omar Aziz argumentou que a CPI está aprovando muitos requerimentos para novas audiências com testemunhas e investigados e precisa saber com antecedência se terá tempo de conduzir todas elas. Ele pediu que Pacheco se posicione logo e disse não crer que ele vá negar a prorrogação.


Aziz também avaliou que um recesso não seria correto.

"Num momento em que todo dia está morrendo muita gente, acho que nós não temos o direito de ter recesso. Nossa obrigação é trabalhar sem parar."


Nova fase

Os dirigentes da CPI vêm afirmando que iniciaram uma nova fase das investigações a partir das denúncias de irregularidades na compra de vacinas pelo Ministério da Saúde. São duas alegações principais: o contrato para aquisição da Covaxin com a empresa Precisa Medicamentos, apontado pelo servidor da pasta Luis Ricardo Miranda; e um suposto pedido de propina feito pelo ex-diretor de Logística, Roberto Ferreira Dias, à empresa Davati Medical Supply, que se diz intermediária do laboratório AstraZeneca.

O representante comercial da Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que denunciou ter recebido proposta de propina de Roberto Dias, falará à CPI nesta quinta-feira (1º).

Dominguetti Pereira seria ouvido na sexta-feira (2), mas como o representante da Precisa Medicamentos, que seria hoje, obteve junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) o direito de ficar calado na comissão, a Mesa da CPI decidiu desmarcar a oitiva.

Na quarta, os senadores aprovaram a convocação do líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), indicado como responsável pelas pressões no Ministério da Saúde em favor da compra da Covaxin. Ele comparecerá na quinta-feira (8).

Na próxima semana será a vez do ex-secretário Roberto Ferreira Dias, que deverá falar à CPI na terça-feira (6).

Para o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) — que foi o autor do requerimento de prorrogação — a CPI já encerrou a apuração sobre as políticas que o governo escolheu para a pandemia (como o “gabinete paralelo” e a estratégia de imunização de rebanho) e agora se debruça sobre o capítulo da corrupção.

"Existe uma busca desenfreada do governo para mudar a narrativa sobre a questão das vacinas. Ir atrás delas era obrigação do presidente. O problema é o que está por trás de alguns negócios. É nisso que a CPI está querendo se aprofundar. Vamos descobrir quem são os personagens. Surgiu a Precisa, surgiu a Davati, vão surgir outras empresas", disse Randolfe.

O senador Renan Calheiros lembrou que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, determinou a suspensão do contrato com a Precisa, e apontou para esse fato como sinal de que a CPI está abrindo caminho.

"Quando Queiroga suspende o contrato, isso é uma confissão. A culpa vai recaindo sobre o governo como um todo. As vacinas que não foram vendidas diretamente tinham atravessadores ligados ao deputado Ricardo Barros. Quem mais tem ligação com isso? A comissão vai saber."

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