Do atentado à posse: a trajetória de Bolsonaro rumo ao Planalto
Cerimônia de posse de Jair Messias Bolsonaro (PSL) ocorre a partir das 15h desta terça-feira (1º), em Brasília
Brasil|Alexandre Garcia e Thais Skodowski, do R7
O terceiro oficial do Exército brasileiro eleito pelo voto direto, Jair Messias Bolsonaro (PSL), 63 anos, toma posse como presidente do Brasil nesta terça-feira (1º), às 15h, em Brasília.
O até então deputado federal derrotou Fernando Haddad (PT) no segundo turno, com mais de 55% dos votos, nas eleições de 2018.
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Na corrida ao Palácio, o presidente eleito foi criticado por declarações sobre ditadura militar e contra direitos humanos. No entanto, reuniu milhares de simpatizantes justamente por ocupar o título de político que representava o ‘antipetismo’ e defensor de propostas de direita.
Ainda durante a campanha eleitoral, superou a estrutura pequena do PSL e a falta de alianças com outros partidos, além de uma facada que sofreu em um ato em Juiz de Fora (MG).
Bolsonaro contornou apenas os oito segundos diários de propaganda eleitoral na TV e no rádio usando intensamente as redes sociais. No final, acabou sendo acusado pelos adversários de disseminar fake news.
Atentado
No dia 6 de setembro, Bolsonaro foi esfaqueado na região do abdômen durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG). O atentado perfurou o intestino grosso e delgado e fez com o que o candidato perdesse 2,5 litros de sangue.
Após passar mais de 24 dias internado, o pesselista recebeu alta e foi para o Rio de Janeiro se recuperar em casa, de onde centralizou a reta final da campanha e gravou alguns dos vídeos apresentados no horário eleitoral. O presidente foi eleito sem participar de nenhum debate no segundo turno.
Em janeiro de 2019, o presidente deve passar por uma cirurgia para retirar a bolsa de colostomia.
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Ascenção à Presidência
A decisão de Bolsonaro de disputar o cargo mais importante do Executivo aconteceu em 2014, após a reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A defesa do antipetismo garantiu ao capitão visibilidade nas redes sociais e foi convidado pelo PSL (Partido Social Liberal) para concorrer ao Planalto.
Para a disputa do primeiro turno, a coligação "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos" ganhou apoio do PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro), do futuro vice-presidente, general Hamilton Mourão.
No dia 7 de outubro, Bolsonaro obteve mais de 49,3 milhões de votos, sendo 113.690 fora do Brasil. Para o segundo turno, coube a ele administrar a vantagem de mais de 18 milhões de votos sobre Haddad, que foi o escolhido por 31,3 milhões de eleitores no primeiro turno.
Trajetória
Nascido em Glicério, município perto de Campinas, no interior de São Paulo, em 21 de março de 1955. Viveu na cidade de Eldorado, no Vale do Ribeira, até os 18 anos. Na pequena cidade onde passou sua infância, Bolsonaro estudou nas escolas estaduais Professora Maria Aparecida Viana Muniz e Doutor Jayme Almeida Paiva.
Só saiu de Eldorado para ingressar na Escola Preparatória de Cadetes do Exército. Seguiu sua formação na Academia Militar das Agulhas Negras, onde se formou em 1977.
A carreira de Bolsonaro como militar começou na Escola Preparatória de Cadetes do Exército. Depois, se formou na Academia Militar das Agulhas Negras. Entre 1979 e 1981, ele serviu no 9º Grupo de Artilharia de Campanha, situada na cidade de Nioaque (MS), onde integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista.
Em 1986, se formou no curso de educação física na Escola de Educação Física do Exército. Três anos mais tarde, liderou um protesto contra os baixos salários dos militares.
Ao infringir o regulamento disciplinar do Exército, ficou preso por 15 dias. No ano seguinte, novos atos de indisciplina ocorreram e foram atribuídos a Bolsonaro e outros militares que foram julgados e inocentados pela Justiça Militar. Em 1988, foi para a reserva e deu início à carreira política.
Nesse mesmo ano deu início à carreira política. Foi eleito vereador no Rio de Janeiro pelo Partido Democrata Cristão. Em 1990, foi eleito deputado federal e foi reeleito por sete vezes.