Documento revela livre acesso de suspeito a gabinete presidencial
Ex-diretor da ANA é apontado como líder da quadrilha descoberta pela operação Porto Seguro
Brasil|Do R7
Paulo Vieira, ex-diretor da ANA (Agência Nacional de Águas) apontado pela Polícia Federal como líder da quadrilha descoberta pela operação Porto Seguro, tinha livre acesso a reuniões no gabinete da Presidência da República em São Paulo.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a informação é revelada em um telefonema feito em junho entre Paulo e o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP), condenado no mensalão. As informações estão em áudios, e-mail e relatórios da PF obtidos pelo jornal, com citações a autoridades com foro privilegiado.
Os documentos, reunidos em relatório e enviado para a Procuradoria-Geral da República e para a Câmara dos Deputados, afirmam que autoridades, "salvo melhor juízo, não figuram com envolvidos" no esquema.
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Na chamada telefônica, Valdemar pede que Paulo receba "um amigo que precisava de um negócio seu" pessoalmente. Viera, por sua vez, pede que ele o encontre no escritório da Presidência em São Paulo, "onde geralmente o pessoal do governo despacha".
O escritório era chefiado por Rosemary Noronha, indicada ao cargo por Lula e denunciada por envolvimento com a quadrilha investigada.
Mensalão
Nas conversas com Vieira, Rosemary fala de uma tentativa frustrada de José Dirceu se reunir com um ministro do Supremo Tribunal Federal antes do início do julgamento do mensalão.
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Além disso, diz que Evanise Santos, mulher de Dirceu, se encontrou com o ministro do Supremo José Dias Toffoli em um voo de Brasília a São Paulo, no mesmo horário em que Dirceu estaria em reunião com um ministro.
No dia 12 de novembro, horas antes de Dirceu ser condenado no Supremo, Vieira sugere pedir ajuda a alguém apelidado de "Deus", mas Rosemary responde:
— Ele não vai fazer absolutamente nada.