‘Ele já tinha surtado’, diz sobrinha de suspeito de ataque a Jair Bolsonaro
Familiares não souberam informar qual motivação para ataque ao candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), na tarde desta quinta-feira, em Juiz de Fora
Brasil|André Avelar, do R7*
Sobrinhas de Adélio Bispo de Oliveira ajudaram a compor um provável perfil do suspeito de dar uma facada no candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL), nesta quinta-feira (6), em Juiz de Fora (MG). Segundo as mulheres, que não quiserem se identificar, ele “já tinha surtado” e “falava sozinho”.
O R7 teve acesso a um áudio, cedido por Mauro Miranda, em que as sobrinhas garantem que não tinham mais contato com Adélio. Elas dizem também que já não tinham mais contato com o tio, que teria se mudado para Florianópolis. As mulheres mantinham o contato apenas via redes sociais.
“O que ele sempre questionava para a gente era que ele queria um Brasil diferente. Não queria um Brasil corrupto. Cheio de coisas erradas. Ele apoiava e apostava em uma coisa boa. Apostava em um político que fosse entrar e fazer alguma coisa boa”, disse uma das sobrinhas, de 25 anos.
As mulheres contaram que foram criadas também por Adélio desde que a mãe ficou viúva. De acordo com as duas, elas nunca tiveram problemas graves, mas relacionaram o hábito de falar sozinho e ficar recluso como uma característica de pessoa com problemas. Elas também não sabem informar se ele havia procurado ajuda médica.
“Ele sempre estava disposto a ajudar quem precisasse. A gente está tentando entender com ele. Ele não está bem. Ele surtou”, disse outra sobrinha, de 31 anos.
Adélio, de 41 anos, natural de Montes Claros, havia deixado o Estado de Minas Gerais “há três ou quatro anos”. Segundo as mulheres, ele é muito inteligente, fala inglês e espanhol fluentemente e havia trabalhado em diferentes áreas.
O ataque aconteceu na tarde desta quinta, no centro de Juiz de Fora. Bolsonaro havia sido erguido aos ombros pelos apoiadores, quando foi atingido por uma facada. Em entrevista ao R7, o advogado Pedro Oliveira dos Santos classificou o cliente como uma pessoa calma.
A PM-MG disse que o homem que atacou o presidenciável alegou, ao prestar depoimento à polícia, que agiu motivado por "questões pessoais".
Agressões aos familiares
As sobrinhas também relataram ameaças nas redes sociais. Segundo elas, assim que o ataque foi noticiado milhares de pessoas passaram a persegui-las. Há o temor de que mais familiares também sejam atacados.
“Eles estão achando que a gente tem algum elo com ele. Que nós temos um partido. Não temos nenhum partido”, disse uma das sobrinhas.
*Colaborou Mauro Miranda
Veja imagens do ataque que Bolsonaro sofreu em Juiz de Fora