Em evento no RS, Bolsonaro volta a dizer que quer 'eleições limpas'
Ao participar de feira em Caxias do Sul, presidente ironizou as recentes pressões que vem sofrendo. 'Meu couro é grosso'
Brasil|Do R7
Sem mencionar diretamente o voto eletrônico auditável, uma de suas bandeiras, o presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer, nesta sexta-feira (9), que quer "eleições limpas" no ano que vem. "Será a única forma de garantir a vontade popular", afirmou o presidente, ao participar da cerimônia de abertura da 1ª Feira Brasileira do Grafeno em Caxias do Sul (RS). Durante seu discurso, Bolsonaro também ironizou as recentes pressões que vem sofrendo. "Fiquem tranquilos, meu couro é grosso."
Mais cedo, em conversa com apoiadores no Palácio do Alvorada, o presidente atacou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, ao falar sobre as eleições. "Um imbecil. Lamento falar isso de uma autoridade do Supremo Tribunal Federal. Um cara desse tinha que estar em casa." O ministro é contra o voto impresso e Bolsonaro afirma que ele estaria fazendo "articulações políticas junto ao Legislativo" para que a mudança não seja aprovada.
Ministério 'rifado'
Antes da abertura da feira de negócios, o presidente visitou a Universidade de Caxias do Sul (UCS). Em seu discurso, elogiou o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, que estava presente. "Há pouco tempo, esse ministério era rifado entre partidos políticos. O último ministro de Ciência e Tecnologia não sabia a diferença entre gravidade e gravidez", afirmou.
Ao comentar sobre o grafeno, Bolsonaro afirmou estar feliz porque o Brasil está nessa vanguarda. "O que se apresenta para nós e o mundo são trilhões de dólares em comércio com esse material. O casamento entre nióbio e grafeno vai revolucionar o destino da humanidade", disse.
O presidente, que durante seu discurso mais uma vez soluçou um pouco, foi presenteado com um capacete feito com grafeno, um material derivado do carbono que é fino, resistente e flexível. Além de Marcos Pontes, acompanharam Bolsonaro os ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni; da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos; da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas; das Relações Exteriores, Carlos França; da Educação, Milton Ribeiro; e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Augusto Heleno, além do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS). Assim como Bolsonaro, a maioria deles não usou máscara durante a cerimônia.