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Empresas de Youssef receberam R$ 90 milhões de empreiteiras

PF prendeu hoje ex-diretor da Petrobras além de executivos de empresas privadas

Brasil|Da Agência Brasil, com Estadão Conteúdo

Policiais federais em Curitiba repassam hoje à imprensa informações sobre as ações
Policiais federais em Curitiba repassam hoje à imprensa informações sobre as ações

A investigação da PF (Polícia Federal) descobriu que as contas bancárias das empresas MO Consultoria e GFD Investimentos, controladas pelo doleiro Alberto Youssef, receberam R$ 90 milhões entre 2009 e 2013 de empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato.

O doleiro seria o responsável por repassar os recursos desviados da Petrobras a partidos políticos, empresários e outros beneficiados do esquema de corrupção.

Por meio da quebra de sigilo fiscal, a PF identificou que a quantia foi depositada pelas empreiteiras Mendes Júnior, Engevix, Galvão Engenharia e OAS, cujos dirigentes tiveram prisão decretada pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.

Entre as movimentações suspeitas aparecem depósitos de US$ 4,8 milhões feitos pela OAS African Investments Limited em três parcelas entre maio e agosto de 2013. Os recursos foram depositados em uma conta em agência do PBK Bank, na Suíça, em nome da empresa de serviços off-shore Santa Thereza Services, que também seria controlada pelo próprio Alberto Youssef. Além do depósito, foram localizadas transferências de R$ 5,5 milhões feitas por consórcios liderados pela Mendes Junior, que teve o vice-presidente preso durante as operações da PF desta sexta-feira. Também há depósitos da Investminas (R$ 4,3 milhões), da construtora OAS (R$ 1,6 milhão) e Engevix (R 3,2 milhões), entre outros.


De acordo com o relatório, que embasou as prisões e investigações deflagradas pela Polícia Federal nesta sexta-feira, as investigações indicaram que "as maiores empreiteiras do país formariam uma espécie de cartel, definindo previamente as vencedoras das licitações da Petrobras, o que lhes permitia cobrar o preço máximo da empresa estatal, e que pagavam um porcentual, de 3% ou 2%, sobre o valor dos contratos a agentes públicos".

Na decisão que determinou as prisões, o juiz detalhou o funcionamento do esquema de desvio de recursos da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.


Segundo Moro, os valores foram desviados da Petrobras e repassados ao Consórcio Nacional Camargo Correa. Em seguida, o dinheiro seguia para as empresas Sanko Sider e Sanko Serviços, fornecedoras do material das obras, e posteriormente era repassado para a MO Consultoria e para a GFD Invetimentos na forma de serviços simulados.

Para Sérgio Moro, há provas significativas de que as empresas de Youssef não prestaram nenhum tipo de serviço.


“Em cognição sumária, há provas significativas de que as empresas MO Consultoria, Empreiteira Rigidez e RCI Software seriam meramente de fachada, de que não teriam prestado serviço algum e de que, portanto, os contratos celebrados e as notas fiscais emitidas, relativamente aos serviços, seriam fraudadas, ausentes ainda causas econômicas lícitas para a realização dos depósitos nas contas das referidas empresas”, concluiu o juiz.

Na sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada na manhã de hoje, a Polícia Federal cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Distrito Federal. Mais de 300 policiais federais e 50 servidores da Receita Federal participaram da operação.

Entenda a Operação Lava Jato 

A PF (Polícia Federal) iniciou no dia 17 de março a operação Lava Jato contra um esquema criminoso que teria movimentado mais de R$ 10 bilhões em transações financeiras ilegais que envolveram principalmente atividades de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

A investigação levou à prisão do doleiro Youssef, que se tornou o pivô das denúncias contra a Petrobras após aceitar colaborar com a Justiça por meio da delação premiada. De acordo com a PF, os articuladores do esquema de lavagem e evasão de divisas tinham como supostos clientes pessoas físicas e jurídicas que teriam envolvimento com outras atividades ilícitas, como o narcotráfico, corrupção, sonegação fiscal, contrabando, entre outras.

A operação ganhou grande repercussão nacional após a divulgação da suposta ligação entre o doleiro Youssef e os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Renato Duque. Os dois ex-funcionários da estatal teriam utilizado o esquema para lavar dinheiro de propinas oriundas de contratos superfaturados. Paulo Roberto Costa e o doleiro são acusados de desviar recursos das obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

De acordo com o Ministério Público, os desvios nas obras da refinaria ocorreram por meio de contratos superfaturados feitos com empresas que prestaram serviços à Petrobras entre 2009 e 2014. Segundo o MPF, a obra foi orçada em R$ 2,5 bilhões, mas custou mais de R$ 20 bilhões. De acordo com a investigação, os desvios tiveram a participação de Costa, então diretor de Abastecimento, e de Youssef, dono de empresas de fachada.

Na defesa prévia apresentada à Justiça, os advogados do ex-diretor informaram que os pagamentos recebidos das empresas do doleiro, identificados como repasses ou comissões, foram decorrentes de serviços de consultoria. No entanto, de acordo com o juiz, a Polícia Federal e o Ministério Público não encontraram provas de que os serviços foram prestados.

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