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Estúdio News debate a inserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho

O programa vai ao ar no sábado (17), às 22h30, na Record News

Brasil|Do R7

Regina Celi Vieira Ferro e Vicentina Franco
Regina Celi Vieira Ferro e Vicentina Franco

Ainda é grande a dificuldade para colocar pessoas com deficiência no mercado de trabalho, embora a lei de cotas 8.213 de 1991 estabeleça que de 100 a 200 empregados, 2% de trabalhadores devem ser pessoas com deficiência; de 201 a 500, 3%; de 501 a 1.000, 4%; e acima de 1.001, 5% devem ser PCD, e exista a supervisão do Ministério do Trabalho através dos fiscais, quanto ao cumprimento da norma.

A metodologia do emprego apoiado aplicada em diversos países, por associações, é um dos trabalhos realizados pela Associação Brasileira de Assistência e Desenvolvimento Social (ABADS), que tem a função de desconstruir o olhar de depreciação com as pessoas com deficiência, explica a psicóloga e coordenadora do programa Emprego Apoiado da ABADS, Vicentina Franco.

“A ABADS tem um público que a gente oferta o emprego apoiado, são pessoas com deficiência intelectual e com transtorno do espectro autista. Temos as duas vias, as empresas que nos procuram, que já têm conhecimento sobre o trabalho, já ouviram falar, para inserirem pessoas na empresa, mas tem a busca que fazemos por vagas, vou até o local acertar se o usuário tem interesse em alguma vaga”, diz a psicóloga.

Regina Celi Vieira Ferro, juíza do Trabalho e vice-presidente da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT2), destaca que a colocação da pessoa com deficiência nas empresas muitas vezes se torna um pouco difícil, pois a empresa justifica a falta de qualificação do empregado. 


“Precisa haver um trabalho para enquadramento deste funcionário dentro do estabelecimento, da empresa e das necessidades. É aí que vemos que a pessoa com deficiência acaba tendo um segundo problema, o primeiro é ela conseguir ingressar na empresa e o segundo é conseguir ter qualificação para o ingresso, e a qualificação é um dever de Estado pela Constituição, não é só uma dificuldade, são várias dificuldades que o trabalhador com deficiência enfrenta para ingressar em uma empresa”, ressalta a magistrada.

Vicentina salienta que sua responsabilidade é mostrar o potencial dessas pessoas para uma vaga de emprego, suas habilidades e quebrar barreiras sendo uma facilitadora.


“Uma pessoa com deficiência intelectual pode ter tido todos os estímulos de uma escola e de repente ela não conseguiu aprender a ler e escrever, mas desenvolveu outras habilidades e pode ser colocada no mercado de trabalho, por isso o meu papel é olhar todas essas habilidades que a pessoa tem e fazer o convencimento de que isso transforma a empresa, vai agregar valores”, conta a porta-voz da ABADS. 

“É dever do Estado dar educação e conteúdo profissional para que a pessoa com deficiência encontre um meio de trabalho, se o Estado não fornece escola, educação, aprimoramento, uma prática, é difícil a pessoa com deficiência chegar, porque ela sempre tem que lutar duplamente, uma pessoa sem deficiência vai e mostra o seu conteúdo, àquela com deficiência tem que sempre superar porque ela vai concorrer com uma sem deficiência, e as empresas precisam ter condições de receber uma pessoa com deficiência”, conclui a juíza do TRT 2, Regina Celi. 

O Estúdio News vai ao ar aos sábados, às 22h30. A Record News é sintonizada pelos canais de TV fechada 55 Vivo TV, 78 Net, 32 Oi TV, 14 Claro, 19 Sky e 134 GVT, além do canal 42.1 em São Paulo e demais canais da TV aberta em todo o Brasil.

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