Ex-diretor da Petrobras envolve Campos, Cabral e Roseana em esquema de propina, diz revista
Reportagem revela ainda nomes de 32 parlamentares citados por Paulo Roberto Costa
Brasil|Do R7
![Paulo Roberto Costa , na época diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, durante visita às obras da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca (PE)](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/JMYMD7G4GRN4TJ66M6HUKBLBTI.jpg?auth=67fa43bb5221916ef6b915dc94265e29fbf856f38dbb5a7da25b2ee7fc04a2f3&width=510&height=340)
O ex-governador de Pernambuco e ex-candidato à Presidência Eduardo Campos, morto em um acidente de avião no último dia 13 de agosto, e o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) estariam entre os beneficiários de um esquema de corrupção da Petrobras, segundo o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa.
Os nomes dos dois ex-governadores e da atual governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), teriam sido mencionados por Costa em depoimento à Polícia Federal, informa reportagem publicada pela revista Veja em sua edição deste fim de semana.
O ex-executivo da Petrobras foi preso em março deste ano sob a acusação de participar de um esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef e optou por colaborar com a polícia, concordando com a delação premiada.
Nos depoimentos prestados à Polícia Federal desde o dia 29 de agosto, Paulo Roberto Costa teria dito que os três governadores mencionados (todos de Estados com grandes projetos da Petrobras), seis senadores, um ministro e pelo menos 25 deputados embolsaram dinheiro ou tiraram algum proveito da parte dos valores desviados dos cofres da Petrobras.
Nomes
Entre os nomes mencionados pelo ex-diretor, cujos depoimentos já contam mais de 40 horas, estariam os atuais presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB), além do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), e dos senadores Ciro Nogueira (PI), que é presidente nacional do PP, e Romero Jucá (PMDB-RR), ex-líder de governo.
Também aparecem na suposta lista de Paulo Roberto Costa os deputados Cândido Vaccarezza (PT-SP), ex-líder do governo na Câmara, e João Pizzolatti (PP-SC). O ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP) seria outro citado como beneficiário. Costa ainda teria dito à polícia que João Vaccari Neto, secretário nacional de finanças do PT, era quem fazia a ponte entre o partido e o esquema de propinas da Petrobras.
![Cabral, Roseana e Campos teriam sido mencionados por Costa](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/4GFTB6W57NP33HTTT63VIKKPXU.jpg?auth=b5a0302267cd4da3032bfe2d710e3b4609c7b8b88f4250337379dd67e0265211&width=480&height=640)
O esquema
De acordo com os detalhes dos depoimentos de Costa revelados pela revista Veja, os responsáveis pelo esquema exigiam uma contrapartida das empreiteiras que queriam fechar negócio com a Petrobras. Essas empresas tinham de reverter parte dos lucros aos cofres da estatal. Depois de lavado por doleiros, o dinheiro era repassado a políticos da base do governo.
O número de beneficiários do esquema varia de acordo com a fonte. Nesta sexta-feira (5), o jornal O Estado de S.Paulo informou que pelo menos 32 parlamentares foram citados por Costa. De acordo com a Folha de S.Paulo, contudo, o número de deputados envolvidos seria de 45, além de outros 12 senadores.
Segundo Costa, o esquema teria funcionado ao longo dos dois governos Lula e durante parte do governo Dilma Rousseff, e o ex-diretor da Petrobras diz que chegou a despachar com o então presidente Lula várias vezes. Costa teria dito ainda, segundo a revista Veja, que a distribuição do dinheiro servia para garantir o apoio dos partidos aliados ao Palácio do Planalto no Congresso Nacional, assim como no esquema do mensalão.