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Ex-governador de Goiás, Marconi Perillo é preso

Suspeito de receber R$ 12 milhões de propina da Odebrecht, Perillo foi detido enquanto prestava depoimento na Polícia Federal

Brasil|Alexandre Garcia, do R7

Defesa de Perillo se diz "perplexa" com a prisão
Defesa de Perillo se diz "perplexa" com a prisão

O ex-governador do Estado de Goiás Marconi Perillo (PSDB) foi preso na tarde desta quarta-feira (10) no momento em que prestava depoimento na PF (Polícia Federal).

De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), a prisão preventiva de Perillo foi decretada pelo juízo da 11ª Vara da Justiça Federal em Goiás e cumpre um pedido do Núcleo de Combate à Corrupção do órgão.

O tucano é um dos investigados pela Operação Cash Delivery, que foi deflagrada no último dia 28 de setembro. Na ocasião, ele não podia ser detido por disputar uma vaga ao Senado Federal.

Perillo é suspeito de receber R$ 12 milhões de propina da empreiteira Odebrecht, em um desdobramento das investigações da Operação Lava Jato, informou o Ministério Público Federal.


Outros empresários, um policial militar, um ex-policial militar e um advogado também foram alvos da Operação Cash Delivery. Todos vão responder pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Doleiro forneceu provas sobre dinheiro entregue a Perillo


Em nota, a defesa de Perillo se diz "perplexa" com o ocorrido e afirma que o ex-governador optou por manter o depoimento à PF mesmo após a prisão "por ser o principal interessado no esclarecimento dos fatos".

"O Tribunal Regional da Primeira Região já concedeu duas liminares para determinar a liberdade de duas outras pessoas presas nessa mesma operação, através de decisões de duas ilustres Desembargadores. O novo decreto de prisão é praticamente um 'copia e cola' de outra decisão de prisão já revogada por determinação do TRF1", disse Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, advogado do ex-governador.


"Não há absolutamente nenhum fato novo que justifique o decreto do ex-governador Marconi Perillo, principalmente pelas mencionadas decisões anteriores que já afastaram a necessidade de prisão neste momento", afirma o texto, que completa: "Esta nova prisão constitui uma forma de descumprimento indireto dos fundamentos das decisões de liberdade concedidas a outros investigados."

O caso

A operação que resultou na prisão de Perillo foi um desdobramento da Lava Jato e levou em conta as colaborações premiadas de executivos da construtora Odebrecht junto à PGR (Procuradoria-Geral da República).

Segundo as delações, Perillo teria solicitado e recebido propina no valor de R$ 2 milhões em 2010 e R$ 10 milhões em 2014 para favorecer os interesses da empreiteira em contratos e obras no Estado de Goiás.

Perillo esteve à frente do governo de Goiás por duas oportunidades, de janeiro de 1999 a 2006 e de 2011 a abril deste ano. Ele renunciou ao cargo para concorrer a uma vaga no Senado.

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