Fernando Cavendish é condenado a 11 anos de prisão por fraudes em SP
Ex-dono da Delta Construções, ele foi denunciado pelo MP paulista, mas seu caso foi julgado por irregularidades também no Rio
Brasil|Do R7
A Justiça Federal do Rio de Janeiro condenou a 11 anos e 8 meses de prisão Fernando Cavendish, ex-proprietário da Delta Construções. O empresário, que ajudou a investigação como delator, cumprirá a pena inicialmente em regime fechado. Ele também terá de pagar uma multa de R$ 21 milhões.
Cavendish foi condenado pelos crimes de fraude a licitação e lavagem de dinheiro pelo juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Rio.
A denúncia contra Cavendish foi feita pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Em 2017, ela foi encaminhada à 7ª Vara Federal Criminal do Rio, que já vinha investigando a Delta Construções, por suspeita de lavagem de dinheiro em obras cariocas.
Bretas condena Cavendish e mais 14 da Operação Saqueador
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De acordo com a acusação, o empresário foi um dos responsáveis por fraudar a licitação no Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.), em São Paulo, "a partir
da assinatura de contrato entre o Consórcio Nova Tietê — composto pelas empresas Delta e Sobrenco —, o qual tinha por objeto a realização da obra do 'Lote 2 Nova Marginal Tietê'".
Um aditivo nesse mesmo contrato aumentou o custo da obra em 24,99%, em um esquema montado pelo grupo criminoso para desviar recursos públicos por meio de empresas de fachada.
Em suas declarações, o réu-delator "confirmou que teve ciência das obras que seriam licitadas no segundo semestre de 2008 pela Dersa e que havia interesse por
parte desta na realização de um acordo que atendesse os seus interesses".
Segundo Cavendish, foram pagos "8 milhões em espécie" à Dersa para o fechamento do contrato, e mais 6% de propina ao longo da execução da obra.
O juiz Bretas que os contratos fictícios celebrados entre as empresas de fachada de Adir Assad e Marcello Abbud, outros dois julgados no mesmo processo, à Delta serviam para a formação de caixa 2 para pagamento de propina à Dersa.
Adir Assad e Marcello Abbud não chegaram a ser julgados porque os processos foram suspensos por causa do acordo de colaboração com a investigação.