Venezuelanos ocupam ruas de Boa Vista à noite com redes e barracas

De 15 mil a 30 mil refugiados venezuelanos vivem atualmente na capital de Roraima, Estado brasileiro que faz fronteira com a Venezuela

Brasil|Do R7

31/08/2018 - 05h00 (Atualizado em 19/04/2024 - 15h29)

Em frente à rodoviária internacional da cidade, malas e pertences dos refugiados ficam recolhidos durante o dia. Os venezuelanos se revezam para cuidar dos pertences

À noite, barracas ou papelões são abertos no gramado, para acomodar as famílias que ainda não têm um teto para morar

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afligem venezuelanos em Roraima

Este local funciona durante o dia como um comércio

À noite, o mesmo local abriga os refugiados

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almoço de domingo de uma família venezuelana na rua

Os venezuelanos dormem em canteiros centrais e em áreas de compras. Alguns têm a sorte de passar a noite em barracas doadas por agências de refugiados

O êxodo de milhares de venezuelanos de seu país está criando uma crise humanitária regional, principalmente na Colômbia, Equador e Peru, que recebem a maior parte dos imigrantes.

Boa Vista, capital de Roraima, recebeu cerca de 35 mil imigrantes venezuelanos nos últimos dois anos, o que aumentou sua população em mais de 10%. Hoje cerca de 3.000 são sem-teto, de acordo com a prefeitura

Os refugiados penduram redes do lado de fora de oficinas e lojas de autopeças cujos proprietários brasileiros lhes permitem dormir sob uma área coberta — desde de que partam pela manhã

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recolher'

A generosidade de donos de comércios locais contrasta com ataques xenófobos registrados no dia 18 de agosto contra imigrantes venezuelanos em Pacaraima, desencadeados quando um brasileiro foi supostamente assaltado e esfaqueado por venezuelanos.

"Alguns brasileiros nos tratam mal, mas não todos", disse Anyi Gomez, de 19 anos, que está grávida e sobrevive limpando vidros de carros com um rodo em um semáforo.

O atendimento pré-natal que recebe em um hospital público de Roraima fez com que valesse a pena deixar a Venezuela, onde seu bebê poderia morrer por falta de alimento e remédios

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à crise

Igrejas locais fornecem refeições ou dão alimento e suco para os venezuelanos desabrigados."Temos comida, mas não um teto. E não há trabalho", disse Luis Daniel, de Caracas.

— Vim para arrumar um emprego e levar coisas para meus filhos, que estão passando fome na Venezuela. Mas agora tudo que tenho é exaustão por dormir ao ar livre.

Muitos venezuelanos acreditavam que estavam trocando uma economia em colapso por uma terra de leite e mel logo ao lado. Mas muitos daqueles que fugiram do caos na Venezuela entrando no Brasil pela fronteira em Pacaraima, no Estado de Roraima, agora estão sobrevivendo nas ruas e dormindo em barracas, redes ou caixas de papelão. Veja nas imagens a seguir, da agência de notícias Reuters, a transformação que ocorre em Boa Vista quando a noite cai. Os imigrantes guardam seus pertences durante o dia e saem em busca de emprego, mas ocupam as ruas da cidade na hora de dormir R7 EM RORAIMA: Para venezuelanos em êxodo, Brasil não está em crise econômica

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