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Gerente confirma ingerência de entidade em contratos da Petrobras

Fernando de Castro Sá disse que sofria pressão de seu superior direto para apoiar pareceres

Brasil|Do R7

Fernando de Castro Sá disse que teve momento em que foi "mais enfático" e recusou a ratificar pareceres antes de fechar contratos
Fernando de Castro Sá disse que teve momento em que foi "mais enfático" e recusou a ratificar pareceres antes de fechar contratos

Em audiência pública na CPI da Petrobras, o gerente de Informação Técnica e Propriedade Intelectual da Petrobras, Fernando de Castro Sá, confirmou nesta terça-feira (28) que havia ingerência na área de orientação contratual da Abremi (Associação Brasileira de Engenharia Industrial) na estatal.

Sá revelou que reclamava da situação desde 2005 e que sofria pressão de seu superior direto, Milton Maia, para apoiar pareceres, mas ele se recusou a ratificar os documentos.

— Teve um momento em que fui mais enfático e disse que não aceitava o que estava havendo.

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Aos parlamentares, ele afirmou que havia consulta à Abemi — entidade à qual a Petrobras era associada — sobre alterações nos procedimentos contratuais.

— Nitidamente eu via que havia uma situação de mercado estranha.


Ouvido na condição de testemunha, Sá, que é ex-gerente jurídico da Petrobras, disse que chegou a fazer questionamentos por e-mail e que a sindicância não apurou suas denúncias. Ele contou que foi transferido de área em 2009, chegou a trabalhar "isolado" na empresa e que "algumas pessoas queriam sua punição".

Durante a "perseguição" na empresa, ele sofreu enfarto e pensou em deixar a Petrobras. Ainda de acordo com ele, o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa sugeriu que ele assumisse uma função em Londres quando ele abordou Costa e avisou que sabia o que ocorria na empresa.


O gerente já havia prestado depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato, quando disse que houve alteração de normas padrões de contratação da estatal, criadas em 1999. Na ocasião, ele detalhou como as empreiteiras passaram a ditar regras na Petrobras, via Diretoria de Serviços, e acusou omissão e perseguição do comando da estatal quando ele e outros gerentes tentaram comunicar os desmandos internamente.

Aos deputados, o funcionário da Petrobras disse que sempre teve "muita honra" de trabalhar na companhia e que se sentia "triste em ver o que aconteceu com a Petrobras".

— O que foi feito contra a Petrobras foi um crime de lesa-pátria.

Ele disse que não podia dizer "quem são os bandidos" no escândalo e negou que a Diretoria de Abastecimento nunca tenha pedido que ele apoiasse atos ilegais.

A CPI toma nesta terça-feria depoimentos de técnicos da Petrobras envolvidos no projeto da Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro). As oitivas ocorrem no âmbito da sub-relatoria que investiga superfaturamento e gestão temerária na construção de refinarias no País.

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