Gilmar manda soltar ex-secretário de Cabral preso na Lava Jato

Preso na Operação Calicute, Wilson Carlos foi acusado de ser o "operador administrativo" do esquema de propinas da empreiteira Andrade Gutierrez

07/12/2018 - 18h46 (Atualizado em 22/02/2024 - 10h11)

O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), mandou soltar nesta sexta-feira (7) o ex-secretário de Governo do Rio de Janeiro Wilson Carlos, preso desde novembro de 2016 no âmbito da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato.

Wilson Carlos atuou na gestão do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), também preso na Lava Jato, e foi acusado de ser o "operador administrativo" do esquema de propinas ajustadas pela empreiteira Andrade Gutierrez em contratos do governo, incluindo os relativos a obras de terraplanagem no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).

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O ex-secretário supostamente era responsável pela forma de pagamento e cobrança das vantagens indevidas, afirmou o Ministério Público Federal ao apresentar denúncia.

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Gilmar Mendes substituiu a prisão preventiva por três medidas cautelares: a proibição de manter contato com os demais investigados, a proibição de deixar o País e entrega de passaporte, e o recolhimento domiciliar noturno e nos fins de semana e feriados.

O pedido de soltura de Wilson Carlos foi apresentado no processo que analisava o habeas corpus do ex-secretário de Obras de Cabral Hudson Braga, solto em maio por Gilmar Mendes.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes concedeu habeas corpus para Sérgio Côrtes, ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro na gestão de Sérgio Cabral, que estava preso desde abril de 2017. O magistrado decidiu substituir a prisão preventiva por medidas cautelares, como a entrega do passaporte e o recolhimento noturno e aos finais de semana.

Mendes é conhecido pela concessão de habeas corpus para suspeitos presos preventivamente na primeira e segunda instâncias, postura criticada em pesquisas de opinião. Relembre a seguir algumas decisões do ministro

Côrtes deixou a cadeia de Benfica na tarde desta quinta-feira (8), dois dias após a decisão de Mendes. O ex-secretário de Cabral é acusado de fraudes em licitações para fornecimento de próteses para o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) e para a Secretaria de Saúde do Estado. Ele havia sido preso por decisão da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, após investigações da operação Fatura Exposta, desdobramento da Lava Jato.

Em sua decisão, Mendes considerou que os fundamentos usados na primeira instância para decretar a prisão preventiva de Côrtes são “inidôneos”. O ministro diz que o pedido não atende a requisitos do Código Penal para uma prisão antes da efetiva condenação, “especialmente no que diz respeito à indicação de elementos concretos”.

No mesmo processo, ele já concedeu habeas corpus a outros dois suspeitos: Miguel Iskin e Gustavo Estelita Pessoa. Em seus habeas corpus, Mendes determina que nenhum acusado poderá manter contato um com os outros

Em abril de 2017, Gilmar Mendes anulou a prisão preventiva do empresário Eike Batista e a substitui por medidas cautelares. Eike havia sido preso três meses antes na Operação Eficiência, desdobramento da Lava Jato no Rio.

O empresário é réu na Justiça Federal do Rio por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Eike é acusado de repassar US$ 16,5 milhões em propina ao ex-governador Sérgio Cabral, por meio de contratos fraudulentos com o escritório de advocacia da mulher de Cabral, Adriana Ancelmo.

Para Mendes, "o fato de o paciente ter sido denunciado por crimes graves (corrupção e lavagem de dinheiro), por si só, não pode servir de
fundamento único e exclusivo para manutenção de sua prisão preventiva".

O ministro diz que prisões preventivas devem ser reavaliadas, "conforme a evolução das
circunstâncias do caso".

"Muito embora graves, os crimes apurados
na Operação Lava Jato foram praticados sem violência ou grave ameaça. (...) Dessa forma, o perigo que a liberdade do paciente representa à
ordem pública ou à instrução criminal pode ser mitigado por medidas
cautelares menos gravosas do que a prisão", escreveu.

O empresário Jacob Barata Filho, réu na Operação Ponto Final da Lava Jato, também foi impedido de sair do País. O "Rei do ônibus" foi preso, mas Gilmar Mendes mandou soltá-lo por três vezes

Em setembro de 2017, Anthony Garotinho também foi obrigado a entregar o documento. Atualmente, o ex-governador do Rio de Janeiro está preso

"Como tenho observado em relação a diversos
decretos de prisão preventiva, constato, mais uma vez, o uso de
argumentos puramente especulativos, expondo simples convicção
íntima do magistrado, o qual externa sua crença na necessidade de
garantia da ordem pública". Esses foram alguns argumentos que Mendes utilizou, em 2009, para anular a prisão preventiva do médico Roger Abdelmassih, especialista em fertilização que seria condenado, um ano depois, pelo estupro de dezenas de mulheres.

Então presidente do STF, Mendes entendeu que, naquele momento, a prisão
preventiva revelava "mero intento de antecipação de
pena".

O médico foi condenado em novembro de 2010 a 278 anos de prisão, mas não foi preso por estar protegido pelo habeas corpus de Gilmar Mendes.

Em fevereiro de 2011 o HC foi cassado, mas Abdelmassih já tinha fugido do país. Ele só foi encontrado em 2014, após investigação da Record TV

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes concedeu habeas corpus para Sérgio Côrtes, ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro na gestão de Sérgio Cabral, que estava preso desde abril de 2017. O magistrado decidiu substituir a prisão preventiva por medidas cautelares, como a entrega do passaporte e o recolhimento noturno e aos finais de semana. Mendes é conhecido pela concessão de habeas corpus para suspeitos presos preventivamente na primeira e segunda instâncias, postura criticada em pesquisas de opinião. Relembre a seguir algumas decisões do ministro