Reforma da Previdência

Brasil Governadores têm que 'calçar sandália da humildade', diz Ramos

Governadores têm que 'calçar sandália da humildade', diz Ramos

Ele também rebateu críticas de Dória, que classificou como "eleitoral" a atitude de congressistas que querem excluir governos regionais da proposta

  • Brasil

Governadores precisam "calçar sandália da humildade", disse Ramos

Governadores precisam "calçar sandália da humildade", disse Ramos

DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO

O presidente da Comissão Especial da reforma da Previdência, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), disse nesta quinta-feira (6), que os governadores precisam "calçar sandália da humildade" para pedir para que os parlamentares mantenham Estados e municípios na proposta. Ramos também rebateu críticas do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que classificou na quarta-feira (5) de "eleitoral" a atitude dos congressistas que querem excluir os governos regionais da proposta.

Leia também: Reforma da Previdência interessa 'até para o servidor', diz Bolsonaro

"Ele (Doria) quando era prefeito encaminhou uma reforma da Previdência, o povo pressionou e ele retirou. Isso, sim, é eleitoreiro. Ele retirou porque era candidato a governador", disparou Ramos.

O presidente da comissão concedeu uma entrevista coletiva nesta quinta para fazer um balanço das audiências realizadas pelo colegiado. Ele evitou dizer se apoia ou não a permanência de Estados e municípios no texto e disse que prefere aguardar o parecer do relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). Mas avisou que os governadores precisam baixar a guarda.

"Os governadores têm que fazer sabe o quê? Calçar a sandália da humildade. Calçar a sandalinha da humildade e vir pra cá e dizer 'olha, nós não temos coragem de fazer (a reforma), queremos pedir aos deputados que façam por nós'. É isso que eles têm que dizer, humildezinhos. Eles não têm que chegar aqui dando ordem", disse Ramos.

Na quarta, governadores pediram ao relator que aguarde até terça-feira (11) para dar uma posição final sobre o tema. Nesse dia, os governadores se reúnem em Brasília para discutir o tema e há a expectativa de se extrair uma posição mais firme do grupo em defesa da permanência dos Estados na proposta.

O presidente da comissão afirmou que cabe apenas ao relator decidir se aguarda ou não esse posicionamento. Mas ele aproveitou a deixa para fazer um "desagravo" aos deputados.

"Aproveito para, na condição de presidente da comissão da reforma da Previdência, desagravar os deputados em relação à declaração agressiva, atrapalhada e desrespeitosa do governador João Doria ontem. Ele deu declaração dizendo que deputados que são contra a inclusão de Estados e municípios na reforma são mesquinhos, personalistas, irresponsáveis do ponto de vista fiscal e eleitoreiros. Eleitoreiro é quem não tem coragem de enfrentar essa pauta em seus Estados e em suas assembleias e empurra o problema para a Câmara dos Deputados", afirmou Ramos.

Após rebater a crítica, o deputado foi aplaudido por parlamentares que estavam presentes na coletiva de imprensa.

Ramos avisou ainda que mesmo a alternativa de prever que Estados e municípios precisam validar sua adesão à reforma por meio de aprovação de lei ordinária nos Legislativos locais tem resistência entre lideranças na Câmara. Segundo ele, muitos defendem a opção "sem porta de entrada e sem porta de saída".

O presidente reconheceu, no entanto, que deputados podem se sensibilizar ao argumento de prefeituras pequenas, que alegam não ter recursos técnicos e financeiros para elaborar uma proposta de reforma local.

Últimas