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Governo atende exigências para acelerar leilão da Ferrovia Norte-Sul

Intenção do Palácio do Planalto é realizar o leilão no dia primeiro de novembro deste ano

Brasil|

Minuta do edital foi enviada em março deste ano
Minuta do edital foi enviada em março deste ano Minuta do edital foi enviada em março deste ano

Na tentativa de leiloar um trecho da Ferrovia Norte-Sul ainda este ano, o governo decidiu acatar todas as mudanças determinadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União) sobre a concessão. A intenção do Palácio do Planalto é realizar o leilão no dia 1 de novembro. Se der certo, será o primeiro trecho de ferrovia concedido nos últimos 11 anos.

Conhecida como a "espinha dorsal" do sistema ferroviário, a Norte-Sul é parte crucial do mapa logístico nacional, porque integra praticamente todas as malhas existentes do País e aquelas que ainda estão planejadas para sair do papel. Iniciada em 1987 no governo de José Sarney com a meta de cruzar o País, a obra ficou parada por décadas e foi retomada no governo Lula.

Hoje, a ferrovia tem um único trecho de 720 km em operação, entre Açailândia e Palmas (TO), concedido à mineradora Vale em 2007. O trecho central e sul que agora será concedido inclui mais 1.537 km nessa extensão. A concessão à iniciativa privada já era prevista na gestão de Dilma Rousseff e foi incluída por Michel Temer no PPI (Programa de Parceria de Investimento) em dezembro de 2016. A minuta do edital foi enviada pelo governo ao TCU em março deste ano.

O Estado teve acesso à análise técnica realizada pelos auditores do tribunal. O processo, que traz nove determinações de ajustes no edital e oito recomendações ao governo, será relatado ao ministro do TCU Bruno Dantas. A expectativa do governo é de que a votação desse processo pelo plenário da Corte de contas ocorra no dia 15 de agosto.

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Uma das principais mudanças feitas pelo TCU diz respeito à compra de locomotivas e vagões exigida no edital. A previsão inicial era de que a concessionária que assumir o trecho de 1.537 km entre Porto Nacional (TO) e Estrela D’Oeste (SP), pelo prazo de 30 anos, teria de gastar R$ 2,8 bilhões em várias aquisições.

A maior parte desse valor — R$ 2 bilhões — seria usada para comprar 113 locomotivas e 3.795 vagões, o chamado "material rodante". O TCU revisou as projeções de uso e demanda e retirou 14 locomotivas e 416 vagões das exigências, reduzindo os investimentos obrigatórios em R$ 246,2 milhões, o que acaba dando mais fôlego ao empreendedor na hora de dar seu lance no leilão. O trecho que será concedido já custou R$ 10 bilhões aos cofres públicos.

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Pelo modelo do leilão, ganhará a concessão da Norte-Sul a empresa que oferecer o maior lance. O governo já tinha reduzido o valor do lance mínimo, de R$ 1,6 bilhão para R$ 1 bilhão. Mas o preço terá de passar por novos ajustes. Se por um lado o vencedor do leilão terá de comprar menos trens, por outro terá de assumir mais obras que não serão entregues pela estatal Valec que construiu a norte-sul.

Parte do traçado da ferrovia que ainda está em obras, mas prestes a ser concluído, está dividida em cinco lotes. O governo já tinha definido que a concessionária que assumir a ferrovia teria de gastar R$ 175 milhões em obras remanescentes dos lotes 4 e 5 da malha, enquanto a Valec terminaria as obras dos lotes 1, 2 e 3. Por conta dos atrasos da estatal, no entanto, o Estado apurou que o governo decidiu que vai repassar as obras do lote 1 para a concessionária. Hoje a Valec calcula que faltam R$ 119 milhões para concluir esse trecho.

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Outra decisão importante diz respeito ao direito de passagem na ferrovia, ou seja, a autorização para que a carga da Norte-Sul possa entrar e sair de outras malhas que se conectam à sua rede. Localizada na região central do País, a Norte-Sul não se liga diretamente a um porto, e por isso precisa passar por malhas de outras cinco concessionárias já existentes para chegar a Santos (SP) ou Itaqui (MA).

Para que a nova ferrovia não tenha problemas com o acesso a essas malhas de terceiros, ficou decidido que todas as concessionárias ligadas à Norte-Sul - Estrada de Ferro Carajás, VLI, Transnordestina, MRS e Rumo — terão de assinar um aditivo aos seus atuais contratos, com autorização para que toda carga da nova concessionária possa trafegar em seus traçados.

Passado esse prazo, essas empresas negociarão o direito de passagem de forma bilateral. Se não chegarem a um acordo, a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) terá de arbitrar sobre o assunto.

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