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Índice que mede qualidade de vida do brasileiro aumenta 47% em 20 anos 

Redução da desigualdade social, no entanto, ainda é o maior desafio do Brasil

Brasil|Kamilla Dourado, do R7, em Brasília

Índice de Desenvolvimento Humano passou de 0,493 em 1991 para 0,727 em 2010, segundo pesquisa do Pnud divulgada nesta segunda
Índice de Desenvolvimento Humano passou de 0,493 em 1991 para 0,727 em 2010, segundo pesquisa do Pnud divulgada nesta segunda

A melhora na expectativa de vida e o avanço dos índices de educação elevaram em 47% a qualidade de vida nos últimos 20 anos no País. Neste período, a classificação do Brasil foi de muito baixo (0,493) para alto (0,727), segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013.

O estudo calcula o IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) de 5.565 municípios brasileiros. O índice varia de zero a um: quanto mais próximo de um, maior o desenvolvimento humano da cidade.

Os dados fazem parte de um estudo do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), da ONU (Organização das Nações Unidas), divulgado nesta segunda-feira (29). O estudo calcula o IDHM de 5.565 municípios brasileiros. O índice varia de zero a um: quanto mais próximo de um, maior o desenvolvimento humano da cidade.

Foram analisados 180 indicadores de demografia nas áreas de saúde, educação, habitação, renda e inclusão no mercado de trabalho e vulnerabilidade. O IDHM é uma adaptação do IDH — Índice de Desenvolvimento Humano. O IDHM compara a qualidade de vida entre os municípios, enquanto o IDH compara o índice entre os países.


O índice longevidade (0,816) é o mais elevado entre todos os indicadores e puxou para cima a qualidade de vida do brasileiro. Nos últimos 20 anos, a expectativa de vida ao nascer subiu 9,2 anos, chegando a 73,9 anos.

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A melhora de renda do brasileiro também ajudou a alavancar a classificação do Brasil. O ganho médio subiu cerca de 70% de 1991 para 2010. Segundo o presidente do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Marcelo Néri, houve, nos últimos 20 anos, também uma mudança de cultura do brasileiro.

— O protagonista dessa mudança é o brasileiro, através da renda do trabalho e da educação, o Bolsa Família eu acho que teve um papel coadjuvante, embora eu ache que ele até mereceria o Oscar de melhor coadjuvante, mas ele é um coadjuvante.

Apesar de ter sido o índice que mais cresceu nos últimos 20 anos, cerca de 120%, a educação é que menos contribuiu para a melhora de vida do brasileiro. O item saltou de 0,278 em 1991 para 0,637 em 2010, ainda assim, abaixo do considerado ideal.

Desigualdade Social

A desigualdade social ainda é o fator que mais desafia o País, a diferença de renda por pessoa é de mais de 2.000%. Em 2010, apenas 11,1% dos municípios avaliados tiveram renda superior à média nacional. De acordo com Néri, houve melhora na distribuição de renda, mas o cenário precisa de mudanças significativas.

— É o principal problema do Brasil [desigualdade], se olharmos as regiões, se olharmos a fotografia, é uma fotografia muito ruim, mas é um belo filme dos últimos 20 anos, essa queda da desigualdade. O Brasil conquistou estabilidade na década de 90, conquistou uma menor desigualdade nos últimos 10 anos, a má notícia é que a fotografia ainda é muito ruim, a boa notícia é que ela ainda pode continuar melhorando muito, ela tem muito que melhorar em todas as frentes.

O estudo foi divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada e a Fundação João Pinheiro. Os dados são calculados com base nos censos demográficos de 1991, 2000 e 2010, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)

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