Juízes Federais veem suposta ação da Abin como "típica de regimes totalitários"
"Esse tipo de comportamento é inaceitável", disse entidade em nota
Brasil|Do R7
A Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) comparou a suposta investigação realizada pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin, à ação de regimes totalitários e citou que a revelação indica "desespero". Em nota, o presidente da entidade, Roberto Carvalho Veloso, cita que a "a estratégia de constranger magistrados com ataques à honra pessoal, colocando órgãos públicos a esse serviço, é típico de regimes totalitários".
"Esse tipo de comportamento é inaceitável, demonstrando que as pessoas que intentam utilizá-lo não possuem meios adequados para proceder à sua defesa, e resolvem partir para o desespero, pondo em risco as instituições republicanas e democráticas", afirma o presidente da entidade.
A nota cita a "absoluta repulsa a tentativas de obstrução da Justiça e de enfraquecimento do Poder Judiciário". "Em um Estado Democrático de Direito é inadmissível que pessoas investigadas, por exercerem cargos públicos detentores de poder, se utilizem de agentes e recursos públicos para inviabilizar a apuração de fatos graves envolvendo desvio de dinheiro público", afirma Veloso.
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A nota da Associação dos Juízes Federais lembra ainda que esse tipo de ação faz agravar mais a crise "causada por aqueles que dilapidaram os bens públicos e não por quem é encarregado de investigar e julgar os portadores de foro especial".
"A Ajufe defende que a operação Lava Jato, em todas as instâncias do Judiciário e em particular no Supremo Tribunal Federal, a cargo do ministro Edson Fachin, não pode ser estancada, a fim de que todos os responsáveis pela corrupção sejam identificados e levados a julgamento", cita a nota.
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